Seguradoras pagam indemnização se a temperatura atingir -1 grau no Algarve

  • ECO Seguros
  • 13 Outubro 2020

O corretor FRego montou um seguro paramétrico para as quintas da JBI para proteger 162 hectares de abacate de temperaturas extremas. Não há peritagem, basta o termómetro.

Ainda não se registaram sinistros mas se, num pré-determinado período, as temperaturas forem abaixo de -1 grau nas quintas de produção de abacate do grupo JBI no Algarve, as seguradoras pagarão 40% do valor contratado com as empresas agrícolas. Se descer abaixo de -4 graus será de 100% o valor da indemnização. Neste caso específico, a fonte que garante a veracidade do fenómeno são estações meteorológicas próprias ligadas em permanência com as seguradoras – notificando-as assim que o trigger (gatilhos no sentido de disparo) seja atingido. Noutras soluções poderá ser via IPMA, por exemplo.

Quinta do Poço dos Pássaros, Tavira, uma das 8 quintas do grupo JBI. Só nesta propriedade são cultivados 31 hectares de abacate.

Esta cobertura foi formatada pelo corretor FRego, pioneiro no seguro paramétrico contratado em Portugal. Os seguros paramétricos têm entre as suas vantagens o facto de quase sempre dispensarem peritagem. Logo que um fenómeno pré-estabelecido comprovadamente aconteça as seguradoras pagam as indemnizações contratadas.

Este tipo de coberturas conseguiu o interesse do grupo JBI, as iniciais do seu fundador João Bento Inácio, que está na agricultura desde 1988. Este ano a JBI vai produzir 2 mil toneladas em 2020 de frutos pequenos e exóticos, 95% para exportação em 8 quintas no Algarve, utilizando áreas de 22,5 Hectares de Framboesa, 2 Hectares de Amora, 1,5 Hectares de Manga e 162 Hectares de Abacate.

O abacate cultiva-se em áreas tropicais e subtropicais e a sua produção é afetada pelo frio extremo. Foi esse o objetivo da cobertura formatada pela FRego, assegurar rendimentos em caso de, no sul do país, acontecerem temperaturas invulgares. A corretora encara outros parâmetros para além do excesso ou defeito de temperatura, como o utilizado no caso da JBI, os triggers, poderão ser Velocidade de vento (ventos ciclónicos), excesso ou falta de chuva (incluindo secas e inundações), queda de granizo (medindo a volumetria) e até pandemias, embora algumas das seguradoras parceiras não garantirem este risco diretamente, a não ser que seja numa base de quebra de rendimento de área.

“A agricultura, enquanto setor fortemente exposto aos riscos climatéricos, é uma das áreas mais propícias para os seguros paramétricos”, refere a FRego, “garantem uma proteção muito importante para os produtores, reduzem o grau de incerteza e apresentam, ainda, uma vantagem adicional, que reside na rapidez da atuação da seguradora perante o sinistro”. Segundo a corretora existem várias seguradoras, quase todas com operações de nicho ou especializadas dos grandes grupos seguradores e resseguradores mundiais, com apetência para este tipo de risco.

Pedro Rego, CEO da FRego,, “o setor segurador terá que caminhar numa ótica de especialização e de personalização, abraçando novos riscos e realidades. Os seguros paramétricos oferecem uma valência muito importante a este nível, permitindo uma formatação à medida dos interesses e das necessidades do segurado, considerando como triggers para o sinistro causas não garantidas pelas apólices tradicionais”.

Embora a agricultura seja um setor mais imediato para desenvolver o modelo paramétrico, a FRego considera que “em setores como a indústria ou retalho, no vestuário, moda ou alimentar, será possivelmente muito brevemente garantir perdas de vendas pela verificação de variações anormais de temperatura que coloquem em causa a rentabilidade das empresas (por exemplo, um verão anormalmente chuvoso e frio que comprometa as vendas habituais de gelados)”.

A corretora resume a vantagem deste tipo de soluções “na possibilidade de ser definido objetivamente o risco do cliente, por base de gravidade, e salvaguardar de forma adequada os cenários catastróficos, numa conjuntura cada vez mais instável”. Além de garantir uma enorme transparência, por força desta definição objetiva do risco, esta é “uma solução altamente personalizada e cuja ativação e pagamento de indemnizações é extremamente rápida”, conclui a FRego.

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