Allianz passa a controlar seguros gerais da Jubilee em 5 países africanos
Desembolsando 84 milhões de euros, a subsidiária da Allianz no Quénia desaparece e a alemã assume maioria de "joint venture" de seguros gerais com a Jubilee em 5 países da África oriental.
O grupo alemão, através da Allianz Africa, assinou uma parceria estratégica com a Jubilee Holdings Limited (JHL ou Jubilee Insurance), líder de seguros na África oriental, assegurando a entrada da companhia alemã nos cinco países em que a JHL opera seguros gerais, revela comunicado conjunto.
As fotos divulgadas, separadamente, pelas partes parecem espelhar os elementos culturais que orientam a comunicação corporativa de cada uma das instituições. De um lado, os participantes na cerimónia usam as máscaras comunitárias de proteção contra a covid-19, enquanto do outro, é captado um momento desligado de qualquer protocolo sanitário.
O acordo cobre as operações P&C (seguros gerais) no Quénia, Tanzânia e Uganda, além de atividades de seguros de curto prazo no Burundi e Maurícia, sendo que a Jubilee manterá a propriedade do negócio Vida e Pensões, além das operações de seguro saúde que desenvolve no Quénia Uganda e na Tanzânia.
Nos termos da estrutura criada pelo acordo, a Allliaz adquire posições de controlo em cada um dos mercados referidos, desembolsando um montante equivalente a 84 milhões de euros (10,8 mil milhões de xelins quenianos), enquanto a JHL passa a acionista minoritário. A subsidiária da JHL no Quénia (Jubilee General Insurance Limited), integrando também os ativos da Allianz Insurance Company of Kenya Limited (que entretanto desaparecerá, sendo absorvida pela entidade resultante da parceria), será a entidade representativa da joint venture.
“Estamos entusiasmados por entrar nos mercados-chave da África oriental onde a JHL tem presença importante. A Jubilee é a melhor parceira para realizar a nossa ambição na região”, disse Coenraad Vrolijk, Regional CEO e Regional Executive Board Member da Allianz Africa, citado no comunicado conjunto.
Após a transação, que fica pendente das aprovações de organismos regulatórios em cada um dos países envolvidos (obrigando a criar entidades autónomas de seguros gerais na Tanzânia e no Uganda), a Allianz – através da Jubilee General Insurance – passará a controlar entre 51% e 66% do capital em cada uma das companhias seguradoras subsidiárias do JHL Group naqueles cinco mercados.
Em base proforma, o conjunto das operações P&C abrangidas pelo acordo representavam 252 milhões de euros a 30 de junho de 2020, correspondendo a 12,3% dos ativos líquidos consolidados pela JHL.
Depois de, em 2019, por razões estratégicas e regulatórias, ter cedido à senegalesa Sunu posições que detinha nos mercados do Benin, Mali, Togo e Burkina Fasso, a Allianz mantém-se como importante player na CIMA (Conférence Interafricaine des Marchés d’Assurance), desenvolvendo operações em Marrocos, Gana e Nigéria. Agora, tendo a Jubilee como parceira estratégica, o grupo alemão assegura presença firme nos mercados da costa oriental do continente.
Fundado em 1937 pela comunidade Aga Khan, o grupo Jubilee emergiu como primeiro segurador a instalar-se na África oriental e é atualmente uma holding multinacional de serviços financeiros subsidiária do AKFED (Aga Khan Fund for Economic Development), posicionando-se como líder de seguros na região e estendo operações ao Paquistão. No exercício de 2019, operando uma carteira com mais de 450 mil clientes, a companhia registou 38,2 mil milhões de xelins quenianos (299 milhões de euros) em volume bruto de prémios, apurando um equivalente a 39 milhões de euros de lucro (antes de impostos).
Através da subsidiária naquele continente, a Allianz opera em 12 países da África, acompanha clientes em cerca de 50 mercados africanos, onde também oferece micro seguros, através dos quais apoia 1,7 milhões de famílias com baixo rendimento. Em 2019, a Allianz Africa gerou 663 milhões de euros em receitas. Em Portugal, o grupo alemão posicionava-se em 8º lugar no ranking das maiores de 2019, descendo três posições face a 2018 e a operar uma quota em torno de 5% do mercado português.
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