Governo adia discussão no Parlamento da obrigatoriedade da app Stayaway Covid

  • ECO
  • 19 Outubro 2020

António Costa revela que a obrigatoriedade das máscaras vai avançar porque reúne consenso de todos, mas quanto à App Stayaway Covid o Parlamento vai ter tempo de tirar todas as dúvidas.

António Costa revelou que pediu para que a proposta do Executivo para que o uso de máscaras na via pública seja obrigatório, assim como o descarregamento da app Stayaway Covid fosse retirada da agenda do Parlamento. A proposta não caiu, garante o primeiro-ministro em entrevista à TVI, mas já não está agendada para ser discutida no hemiciclo.

O Governo pediu o desagendamento da proposta porque não se pode dividir”, a parte da obrigatoriedade do uso de máscara da parte da app, explicou o primeiro-ministro. Por isso, António Costa sublinhou que a obrigatoriedade das máscaras vai poder avançar através da proposta do PSD. “Ao nível das máscaras há um consenso grande e o PSD já apresentou um projeto só sobre as máscaras”, afirmou.

“Quanto ao outro tema [obrigatoriedade de descarregar a app] é bom que haja uma discussão mais profunda para que todas as dúvidas fiquem esclarecidas e os portugueses continuem a descarregar a aplicação que é segura e respeita o anonimato”, acrescentou o chefe do Governo, tentando assim aplacar as dúvidas de que a impor a obrigatoriedade da aplicação é inconstitucional.

António Costa, que já tinha classificado esta posição como “um abanão”, congratulou-se com o facto de toda a discussão em torno do tema ter levado a um aumento exponencial dos downloads da app, que já ultrapassam os dois milhões. Costa defendeu ainda que a luta contra a pandemia passa por alterar os comportamentos individuais e não pelo confinamento. “É muito clara a necessidade de alertar as pessoas para a necessidade de alterar comportamentos”.

É impensável hoje voltar ao confinamento geral que houve em março”. Um confinamento que “gerou mais de cem mil desempregados.

António Costa

Primeiro-ministro

Aliás, António Costa foi claro ao dizer que “é impensável hoje voltar ao confinamento geral que houve em março”. Um confinamento que “gerou mais de cem mil desempregados” e que não quer repetir, apesar de esperar um agravamento da situação.

Costa disse esperar “um maior número de casos por dia do que em abril, felizmente com muito menos internados do que na altura” e explicou que há mais de 500 camas em cuidados intensivos reservadas para Covid, que podem crescer até 900 “já sacrificando a atividade programada de outras doenças”. Quanto ao pico desta segunda vaga, diz que nenhum epidemiologista consegue neste momento estimar o momento.

Se por um lado, António Costa considera que não pode “excluir nenhum medida”, por outro diz considerar que o nível de calamidade lhe parece adequado e que o Governo não pode proibir as deslocações no Natal, à semelhança do que aconteceu na Páscoa. “É uma violência brutal que temos de evitar a todo o custo”, sublinhou. O governante anunciou que decretar estado de emergência no período das festas “não está em cima da mesa”, mas que tudo depende de “um conjunto de setores”.

(Notícia atualizada às 22h20)

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