UE emite 17 mil milhões de euros em dívida conjunta para o SURE. Procura recorde é 14 vezes superior
Emissão servirá para conceder aos países europeus financiamento para os ajudar a suportar os custos com as medidas de apoio ao emprego no meio da crise pandémica.
A União Europeia já arrancou com a emissão de dívida conjunta. Não só a operação é histórica por ser a primeira deste género como está a captar interesse recorde. A colocação de obrigações — que vão servir para conceder aos países europeus de forma a ajudá-los a suportar os custos com as medidas de apoio ao emprego no meio da crise pandémica — a 10 e 20 anos totalizou 17 mil milhões de euros e atraiu uma procura 14 vezes superior, segundo disseram fontes bancárias à Reuters.
A procurou total na emissão de dívida atingiu mais de 233 mil milhões de euros. No que diz respeito à emissão de 10 mil milhões a 10 anos, atraiu 145 mil milhões de euros, o que representa o nível mais elevado de procura alguma vez registada numa oferta de obrigações na Europa, de acordo com dados compilados pela Reuters. No caso da dívida a 20 anos, a colocação foi de sete mil milhões, mas os investidores estavam dispostos a comprar 88 mil milhões.
Esta emissão deverá contar com juros negativos. A Comissão Europeia irá apenas divulgar os dados finais da emissão esta quarta-feira, mas dados provisórios a que a Reuters teve acesso apontam para um uma yield de -0,238% nos títulos a 10 anos e de 0,131% a 20 anos.
A referência que existe, atualmente, para emissões de dívida conjunta da UE é a de emissões realizadas para emprestar dinheiro à Irlanda e Portugal nos programas de resgate da crise das dívidas europeias, apontando esses títulos para taxas em torno de -0,24%. O custo final da emissão será passado para os países que solicitaram estes empréstimos do SURE.
O Financial Times noticiou esta terça-feira que a Comissão Europeia tinha contratado um sindicato de bancos para avançarem com a emissão. Barclays, BNP Paribas, Deutsche Bank, Nomura e UniCredit foram os bancos selecionados para esta operação de financiamento nos mercados.
A UE optou por emitir social bonds, um tipo de obrigações especialmente desenhadas para financiar projetos com benefícios para a sociedade, o que terá sido um dos fatores chave para captar o interesse dos investidores. Até final de 2021, a instituição europeia irá emitir até 100 mil milhões de euros em social bonds para financiar o SURE, tornando-se o maior emitente deste tipo de títulos.
O dinheiro do SURE servirá para apoiar os países europeus face ao aumento da despesa pública registado desde fevereiro em resultado do lançamento de mecanismos extraordinários como o português lay-off simplificado, que tem ajudado os empregadores a pagar salários e a manter os postos de trabalho.
Portugal deverá receber 5,9 mil milhões de euros ao abrigo deste programa, ao qual aderiram outros 15 Estados-membros. No total, estão em causa apoios no valor de 87,4 mil milhões de euros no âmbito do SURE.
(Notícia atualizada às 19h20)
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