“É tempo de sarar e unir a América”. Biden quer restaurar a alma dos EUA
No primeiro discurso como Presidente eleito, Joe Biden falou para todos os americanos, os votaram no candidato democrata e os eleitores de Trump.
O Presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, defendeu que é tempo de sarar e unir a América e de fazer com que o país volte a ser respeitado no mundo. No seu primeiro discurso após o anúncio no sábado da vitória nas eleições presidenciais de terça-feira, Biden prometeu ser o Presidente de todos os americanos, os que votaram nele e os que votaram contra.
Dirigindo-se na noite de sábado (madrugada de domingo em Lisboa) aos eleitores que votaram no Presidente e candidato republicano, Biden disse: “compreendo a vossa desilusão esta noite. Eu também já perdi um par de vezes, mas agora vamos dar uma oportunidade uns aos outros”.
Afirmando que esta noite “todo o mundo está a olhar para a América”, o Presidente eleito dos Estados Unidos disse que o seu país “é um farol para o mundo”.
“Concorri a este cargo para restaurar a alma da América, para reconstruir a espinha dorsal desta nação, a classe média, para fazer a América respeitada no mundo outra vez, e para nos unir aqui em casa”, afirmou perante uma multidão em Wilmington, no estado de Delaware.
Após ser apresentado pela vice-Presidente eleita, Kamala Harris, que disse que Biden seria “Presidente de todos os americanos”, o Presidente eleito reclamou uma “vitória clara, uma vitória convincente”. Lembrou que, com 74 milhões de votos contados, é o Presidente eleito com mais votos na história dos Estados Unidos.
Biden prometeu ser um chefe de Estado “que não procura dividir, mas sim unir, que não vê estados vermelhos ou azuis, mas apenas os Estados Unidos”. “Vou trabalhar tanto para os que não votaram em mim como nos para os que votaram”, garantiu.
O democrata disse ser tempo de os dois lados “se ouvirem outra vez”. “É tempo de pôr a retórica dura de lado, baixar a temperatura, olharmos uns para os outros outra vez e fazer progressos. Temos de parar de tratar os nossos opositores como inimigos. Não são nossos inimigos, são americanos”, afirmou.
Sublinhando que a sua primeira tarefa será controlar a pandemia do novo coronavírus, Biden disse que essa é a única forma de voltar a uma vida normal e anunciou a criação de um grupo de cientistas de topo e especialistas para ajudarem a definir o plano de ação que entrará em vigor em 20 de janeiro, quando Biden e Harris tomam posse.
Ainda referindo-se à pandemia, o Presidente eleito, que é católico, citou o hino católico preferido do seu filho Beau, que morreu de cancro em 2015, desejando que essas palavras reconfortassem todos os norte-americanos que choram a morte de entes queridos devido ao novo coronavírus.
No final do seu discurso, Biden apelou novamente ao espírito de união: “Vamos ser a nação que sabemos que podemos ser. Uma nação unida, uma nação reforçada, uma nação sarada. (…) Nunca houve nada que tivéssemos tentado e não tivéssemos conseguido quando o fazemos juntos”.
Joe Biden foi anunciado como vencedor das eleições presidenciais de 3 de novembro, segundo projeções dos ‘media’ norte-americanos.
Segundo as projeções, Biden totaliza 290 “grandes eleitores” do Colégio Eleitoral, derrotando o candidato republicano e atual Presidente Donald Trump.
A posse de Biden como 46.º Presidente dos Estados Unidos está marcada para 20 de janeiro de 2021
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