Utilização de seguros saúde tem queda significativa em Portugal por causa da Covid-19
O cenário para 2021 depende do impacto da COVID-19 e da disponibilidade de uma vacina no início do ano e de quem paga por ela, sustenta a WTW Portugal com base em relatório global.
A utilização dos seguros de saúde registou uma queda significativa em Portugal, impulsionada pela COVID-19, com uma grande maioria da população a adiar consultas médicas, tratamentos e exames, realça um estudo realizado junto de seguradoras de saúde pela Willis Towers Watson (WTW), líder em consultoria global e corretagem.
“A pandemia provocou uma queda acentuada em cirurgias não urgentes e nos tratamentos e consultas”, afirma Miguel Albuquerque, diretor de Health & Benefits na WTW Portugal. O responsável refere que houve igualmente um grande impacto na desaceleração da tendência de crescimento este ano, uma vez que se prevê “uma volatilidade significativa nos resultados de 2021, que dependem do impacto da COVID-19 e da disponibilidade de uma vacina no início do ano, de quem paga por ela e da extensão da sua disponibilidade”.
Além disso, acresenta, “há incertezas sobre como os custos dos testes e tratamento da COVID-19 em 2021 continuarão a ser divididos entre o governo, as seguradoras e as empresas.”
Miguel Albuquerque sublinha, ainda, que “vai continuar a sentir-se um clima de incerteza à volta dos benefícios de saúde, à medida que começamos a ver o verdadeiro impacto dos tratamentos adiados em 2020 e os efeitos de longo prazo sobre aqueles que contraíram COVID-19. No entanto, a pandemia acelerou muito a adoção e o uso dos serviços de telemedicina, o que poderá ajudar a compensar esses custos potenciais mais elevados e a proporcionar uma forma mais eficiente de os segurados acederem e usarem cuidados de saúde no futuro.
Em Portugal, um dos 76 países incluídos no estudo “2021 Global Medical Trends Survey”, originalmente divulgado em outubro, existe um potencial para complicações de saúde e para o aumento dos custos nos anos futuros devido justamente ao adiamento de tratamentos e terapias. No entanto, as previsões são de que, em 2021, esta utilização deverá retornar aos níveis de 2019, à medida que os colaboradores cobertos pelos benefícios reagendarem tratamentos, consultas e cirurgias atrasados.
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