“Imparidades e provisões” com a Covid-19 agravam prejuízo do Banco Montepio para 57 milhões

Até junho, a tendência já era negativa, tendo aumentado o resultado negativo, o que o banco atribui ao impacto da pandemia no negócio.

O Banco Montepio agravou os prejuízos no terceiro trimestre do ano, para quase 57 milhões de euros. Até junho, a tendência já era negativa com o banco a passar de lucros a prejuízos, tendo aumentado o resultado negativo, o que o banco atribui ao impacto da pandemia no negócio.

“No terceiro trimestre de 2020, os resultados líquidos consolidados apresentaram ainda valores negativos que se cifraram em -56,8 milhões de euros, face aos 17,7 milhões de euros contabilizados no período homólogo de 2019. Estes resultados devem-se aos impactos desfavoráveis da pandemia Covid-19, que promoveram a necessidade de maior reforço de imparidades e provisões, e levaram à diminuição dos níveis de atividade dos agentes económicos”, anunciou o banco em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O agregado das outras imparidades e provisões, relacionadas com outros ativos financeiros, com outros ativos e com provisões, situaram-se em 11,7 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, o que compara com 15,1 milhões de euros em igual período do ano passado, “refletindo a evolução do risco de crédito, incluindo instrumentos de dívida, e dos imóveis recebidos em dação”.

Crédito recupera. Banco deu 38 mil moratórias

O crédito a clientes começou a recuperar com um aumento de 251 milhões de euros, até final de setembro. “Esta inversão da tendência de redução é devida à aposta estratégica de crescimento nas PME e no middle market, cujo segmento (empresas) registou um incremento de 426 milhões de euros, face a 31 de dezembro de 2019″, explica o banco. O Banco Montepio concedeu, até fim de setembro, 38 mil moratórias que totalizaram 3,2 mil milhões de euros, a clientes particulares e empresas.

Os depósitos de clientes ascendessem a 12,3 mil milhões de euros, devido à subida dos depósitos à ordem, que aumentaram 11%. O produto bancário core, medido pelo agregado dos proveitos contabilizados na margem financeira e nas comissões e excluindo o impacto aportado pela dívida subordinada emitida, cedeu 2% para 270 milhões, “traduzindo o impacto da redução da atividade económica iniciada no primeiro trimestre”.

A margem financeira caiu 4% para 173,1 milhões, “incorporando os efeitos desfavoráveis de fatores exógenos induzidos pela pandemia Covid-19 e que determinaram menores níveis de atividade nos clientes particulares e nas empresas, a par da manutenção de taxas de juro de mercado em níveis reduzidos e/ou negativos”.

(Notícia atualizada às 08h50)

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