Dois dias de chuvas fortes em Espanha custam 82 milhões às seguradoras

  • António Ferreira
  • 14 Dezembro 2020

Fenómenos meteorológicos extremos passaram fatura pesada às seguradoras espanholas em novembro. Na América central, dois furacões causaram perdas económicas estimadas em 8 mil milhões de dólares.

As inundações resultantes da chuva extremamente intensa que atingiu a região de Valencia (Comunidade Valenciana), em Espanha, entre os dias 4 e 6 novembro, geraram 11,97 mil pedidos de indemnização da parte dos segurados atingidos pelo fenómeno meteorológico, indicou o Consórcio de Compensación de Seguros (CCS), entidade que funciona sob tutela do governo espanhol. A província de Valencia é apontada como a mais afetada (11020 reclamações de seguro), seguida de Castellón e Alicante, detalha o CCS sobre os sinistros que também surgem referenciados num relatório global da Aon Plc.

O custo total dos cerca de 12 mil sinistros já registados é estimado em 82 milhões de euros, sendo que nas três semanas (9 a 30 de novembro), o CCS tratou cerca de 1900 reclamações (perto de 16% do total) e já pagou 3,7 milhões de euros em indemnizações, indica o Consórcio revelando que 60% dos pedidos de indemnização foram apresentados por corretoras de seguros em nome dos segurados sinistrados.

Descrevendo os estragos, a nota informativa do CCS indica que as inundações danificaram mais de 6200 habitações e áreas afins, mais de 3 mil automóveis, cerca de 1500 estabelecimentos comerciais, escritórios privados e repartições de organismos públicos e ainda mais de 300 instalações industriais e estaleiros de obra civil.

O relatório mensal da Aon, consultora de risco e corretora global que acompanha a evolução e os números de catástrofes, cita informação da associação de agricultores da região de Valencia, e complementa que as perdas do setor que trabalha a terra ascendem provisoriamente a mais de 60 milhões de euros, sendo que os danos económicos globais (além das perdas protegidas por seguros) superam bastante os 82 milhões estimados pelo CCS, podendo elevar-se a mais de 200 milhões de euros em resultado daqueles dois dias de inundações. A estes prejuízos, a Aon soma outros 45 milhões de euros de danos decorrentes de mais intempéries em Espanha (temporais nos dias 26 e 27 de novembro).

Na Europa, o episódio de fenómenos meteorológicos extremos afetou ainda a Itália, neste país com três vítimas mortais, estimando-se que as chuvas intensas, entre 21 e 20 de novembro, no sul do país (região da Calábria) tenham causado mais de 10 milhões de euros em prejuízo a juntar a outros danos, por inundações, também na região da Sardenha. A Finlândia, sob efeito da tempestade de vento Liisa, registou elevado prejuízo por destruição florestal, indica a fonte.

No mesmo relatório, para o outro lado do Atlântico, a Aon refere estimativas sobre perdas económicas decorrentes de duas tempestades (Eta e Iota) que, em novembro, varreram vastas regiões do continente americano, com impacto mais destruidor na Nicarágua, Honduras e Guatemala, são estimadas em mais de 8000 milhões de dólares (USD 7.0 bln pelo furacão Eta e mais USD 1.25 bln pelo Iota). Grande parte dos danos estimados naquelas regiões da América central não estão segurados, refere a atualização periódica de catástrofes que a Aon acompanha a nível global.

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