PSD acusa Governo de ter transformado TAP em terreno de batalha campal
Governo tornou a TAP num “pesadelo” para os contribuintes ao reverter a privatização da empresa, na ótica do PSD.
O PSD acusou, esta quarta-feira, o Governo de ter transformado a TAP num “pesadelo” para os contribuintes e num terreno de “batalha campal” política ao reverter a privatização da empresa, trazendo os riscos para os contribuintes.
A situação da companhia aérea portuguesa voltou pela segunda vez às declarações políticas que ocorreram esta quarta-feira no parlamento – também o CDS-PP o fez – e o PSD, através do deputado Cristóvão Norte, considerou que “os portugueses estão a ser confrontados com o pesadelo TAP”, tendo sido desafiado pelo PS, durante o debate, a dizer o que é que os sociais-democratas querem para a empresa.
“Ao longo dos próximos quatro anos, são 3,7 mil milhões de euros que voam dos bolsos” dos portugueses, havendo a acrescentar, de acordo com o deputado eleito pelo Algarve, “o maior despedimento coletivo público de que há memória, a dúvida sobre se a operação de reestruturação é remédio para pôr cobro a prejuízos crónicos e antídoto que garanta que nunca mais se exija aos contribuintes tamanho esforço”.
Cristóvão Norte afirmou depois que “este é o custo de uma gestão política caótica, uma galeria de horrores que retrata o Estado como grosseiramente inepto para gerir a empresa”.
“Mas é também o custo – o custo dos últimos cinco anos – em que o Governo [do PS], de todas as formas, transformou a TAP num terreno de batalha campal, com prejuízos para a empresa e para as condições de vingar num mercado vorazmente competitivo”, acusou.
O deputado do PSD declarou ainda que a atual situação da empresa resulta de “um Governo que reverteu a privatização e trouxe para os contribuintes os riscos” e que “reduziu as obrigações de interesse estratégico e fiscalização da ação do privado a pó”.
De acordo com, Cristóvão Norte, o Governo “deixou o privado a seu belo prazer, incentivando-o a correr riscos desmesurados e ainda lhe ofereceu, de permeio, cláusulas leoninas, no valor de muitos milhões de euros, que lhe permitiram sair da TAP com um paraquedas dourado, saltando do avião, ao mesmo tempo que os contribuintes e os trabalhadores continuam lá dentro, reféns, enquanto o avião se despenha”.
“Os portugueses estão como aqueles passageiros da célebre comédia em que um piloto com medo de voar e um problema de alcoolismo assume um avião desgovernado. Só que, neste caso, quando se dirige aos passageiros diz, a pensar que é para seu conforto: daqui fala El Comandante”, comparou.
No período de debate, entre outras intervenções dos partidos, PS e PSD voltaram a esgrimir argumentos e a trocar acusações sobre as responsabilidades pela situação da empresa.
O socialista Carlos Pereira acusou os sociais-democratas de não terem “a mínima ideia de um plano alternativo” para a TAP e de só discutirem o do Governo do PS, questionando se o PSD terá medo que este plano de reestruturação “acabe por dar certo”.
“Não transforme o debate numa loja dos 300 como fez o Rui Rio, a dizer que eram 300 euros. Diga o que é que quer para a TAP, diga o que é que os portugueses devem esperar do PSD para a TAP”, desafiou o deputado do PS.
Na resposta, o deputado do PSD mostrou-se espantando pelo facto da bancada do PS se dedicar “a tratar de um plano que não conhece” e por não se sentir “diminuída pelo facto de o Governo rejeitar apresentar o plano à Assembleia da República em todos os seus detalhes para que o parlamento o possa escrutinar”.
“O PS parece um ser acéfalo, aceita o plano sem o conhecer e diz que é bom para os portugueses sem que o parlamento o possa conhecer. É inacreditável o desplante do PS nesta matéria”, condenou.
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