Donald Trump: três ideias para entender o discurso

  • Juliana Nogueira Santos
  • 20 Janeiro 2017

Foram 20 minutos de discurso: Donald Trump falou, pela primeira vez, como presidente dos Estados Unidos. No final, o ECO resumiu o texto em três ideias fundamentais.

Com a tomada de posse do novo presidente dos Estados Unidos da América vem o primeiro discurso. Esperavam-se algumas novidades, medidas concretas, alguma coisa. Donald Trump ofereceu o discurso de campanha.

Poder ao povo

O novo presidente dos Estados Unidos fez questão de sublinhar — e voltar a sublinhar — a divisão que existiu ao longo do tempo entre o Governo e as pessoas, divisão que quer que acabe. “Não estamos a passar o poder de uma administração para outras ou de um partido para outro. Estamos a passar o poder de Washington D.C. de volta para vocês, as pessoas.”

Inauguration Of Donald Trump As 45th President Of The United States

Cidadãos esquecidos, vitórias que não foram celebradas da mesma forma pelas duas fações da sociedade. Trump prometeu que isto não voltará a acontecer: a partir de agora, todos serão ouvidos.

Amigos amigos, negócios à parte

Foi com amizade e boa vontade que se dirigiu aos outros países, mas a amizade vai ter de ficar de lado: “Vamos procurar amizade e boa vontade com as nações do mundo, mas faremos o mesmo com o direito de todas as nações porem os seus interesses primeiro.” Trump também não se esqueceu das alianças, das antigas que vão ser fortalecidas e das novas que serão criadas.

Os amigos políticos, que falam e não fazem, também foram chamados: “A hora da conversa vazia acabou. Agora chegou a hora da ação.”

Os ataques terroristas e a luta contra o Estado Islâmico também foi um assunto abordado, tendo o próprio afirmado que este vai ser prioritário: “Vamos unir o mundo civilizado contra o terrorismo islâmico radical, que vamos erradicar completamente da face da terra.”

A mão sobre as duas bíblias para jurar fidelidade à Constituição.
A mão sobre as duas bíblias para jurar fidelidade à Constituição. Andrew Harrer/Bloomberg

 

Tornar a América grande outra vez. Outra vez

Com o mote do país ter andado a ajudar os outros países, em vez do próprio, Trump afirmou que está na hora de olhar para dentro e pensar nos seus, para que o país possa voltar a ser o que foi. “Tornámos os outros países ricos, enquanto a riqueza, força e confiança do nosso país se dissipou.”

Percebeu-se também que o país vai adotar políticas protecionistas no que toca ao comércio e à população, proteção essa que vai levar a “grande prosperidade e força”. “Traremos de volta os nossos trabalhos, traremos de volta as nossas fronteiras, traremos de volta a nossa riqueza e traremos de volta os nossos sonhos.”

As reações

As comparações começaram a aparecer desde muito cedo, mas foi um vídeo da Vox que acabou por retirar todas as dúvidas: estiveram muito menos pessoas na inauguração de Donald Trump do que na primeira tomada de posse e juramento de Barack Obama.

Os meios de comunicação americanos sublinharam também o facto de Trump não se ter referido à sua concorrente na corrida eleitoral, Hillary Clinton, que, curiosamente, ganhou o voto popular.

Fotografia de protocolo entre os que saem e os que entram.
Fotografia de protocolo entre os que saem e os que entram.Kevin Dietsch/Pool via Bloomberg

 

Editado por Mariana de Araújo Barbosa (mariana.barbosa@eco.pt)

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