Moody’s tem perspetiva negativa para indústria europeia de seguros
A agência de rating justifica o outlook negativo para o setor, afirmando que o cenário de juros baixos persistirá, antevendo também que o choque económico causado pela Covid-19 se alongará em 2021.
As taxas de juro baixas resultarão em menores rendimentos nos investimentos das seguradoras P&C (não Vida) e irão pesar nos resultados globais no próximo ano, pressionado os lucros futuros das seguradoras do ramo Vida, segundo a Moody’s Investors Services.
O aumento do desemprego em muitos países europeus poderá igualmente afetar de maneira negativa a atividade das seguradoras Vida em 2021, enquanto a contração do PIB em 2020 deverá continuar a limitar os volumes de P&C no próximo ano, indica uma análise recente da Moody’s .
“As nossas perspetivas negativas para o setor segurador europeu são motivadas pela persistência de taxas (de juro) ultra baixas e pelo cenário de uma forte contração económica em 2020, com estes dois fatores a terem impacto nas receitas e lucros das seguradoras no próximo ano”, afirma Benjamin Serra, vice-presidente sénior da Moody’s Investors Service.
O choque macroeconómico de 2020, mesmo em cenários mais improváveis, “também representará um risco negativo para a qualidade dos ativos e solvência”, acrescentou a agência.
As seguradoras de linhas comerciais irão beneficiar dos fortes aumentos de preços implementados em 2020, uma tendência que provavelmente deverá manter-se no próximo ano. Por outro lado, a concorrência deverá intensificar para as seguradoras que operam no retalho, uma vez que os ganhos não recorrentes gerados este ano limitarão as possibilidades de subirem preços, creem os analistas da agência de notação financeira.
Além disso, a Moody’s adverte que as seguradoras enfrentam riscos crescentes e desafios sociais acrescidos para satisfazer as necessidades dos clientes. Segundo exemplifica a mesma fonte, o escrutínio político continuará a ser elevado para as seguradoras de P&C por causa da litigância sobre reclamações de interrupção de negócios, complementa a entidade.
Para fazer face ao risco de ver os consumidores desviarem as suas poupanças para produtos de aforro oferecidos pelos bancos e pelo setor de gestão de ativos, as seguradoras do ramo Vida também terão de procurar novas soluções para dar resposta às necessidades dos segurados.
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