Tráfego aéreo em Portugal recuou para níveis de 1998 por causa da pandemia
A NAV Portugal geriu 345,3 mil voos em 2020, o pior registo desde 1998 por causa da pandemia do novo coronavírus.
Num ano fortemente impactado pela pandemia de Covid-19, o tráfego aéreo gerido pela NAV Portugal caiu para valores que não eram vistos desde 1998. A NAV Portugal geriu 345,3 mil voos em 2020, abaixo dos 357 mil voos geridos nesse ano, no final do século XX.
“De 1998 para cá, o total de movimentos controlados pela NAV manteve-se em crescimento praticamente constante até ao máximo registado em 2019, quando a NAV controlou 816 mil voos. O valor de 2020 representa assim uma quebra de 58% no tráfego de 2019 para 2020 e um recuo de praticamente 22 anos em termos de total de aeronaves no espaço aéreo sob responsabilidade de Portugal”, revelou a NAV num comunicado.
Segundo a empresa que gere o espaço aéreo, a queda em Portugal foi superior aos 55% de quebra registada no tráfego de toda a rede Eurocontrol. “Foi uma situação que apanhou todos desprevenidos. Nunca ninguém julgou ser possível que a aviação chegasse à quase total imobilidade”, considerou o presidente da NAV, Manuel Teixeira Rolo, citado na mesma nota informativa.
Foi uma situação que apanhou todos desprevenidos. Nunca ninguém julgou ser possível que a aviação chegasse à quase total imobilidade.
“Depois de os dois primeiros meses de 2020 terem decorrido em condições ‘normais’, com a NAV a registar os mesmos 119 mil movimentos registados em janeiro e fevereiro de 2019, em março a OMS [Organização Mundial da Saúde] declarou a Covid-19 como uma pandemia, e diversas ligações aéreas começaram a ser suspensas e a procura a cair”, recordou a NAV.
Assim, “os efeitos no tráfego foram imediatos, com os voos geridos pela NAV a cair para -94% em abril, -92% em maio e -88% em junho em comparação com os mesmos meses de 2019”. “Ao longo do verão, o tráfego registou ligeiras melhorias, ‘estabilizando’ em níveis equivalentes a -55% em relação ao mesmo período de 2019, mas os últimos meses do ano ficaram marcados por nova deterioração, tendência que se mantém nestes primeiros dias de 2021″, acrescentou.
Segundo o presidente da NAV Portugal, “adaptar a operação às condições da pandemia e, em simultâneo, às exigências inadiáveis de transporte de material médico, voos de emergência e centenas de voos de repatriamento para vários países europeus, foi um dos maiores desafios que a NAV alguma vez enfrentou”. “É com um misto de tristeza e orgulho que encaramos este ano que passou”, disse.
Segundo a NAV, “o Eurocontrol estima que o tráfego total em 2021 persista bastante aquém dos valores pré-pandemia, ainda que se espere que o próximo verão traga alguma recuperação mais acelerada do total de voos”. “Já o regresso a valores próximos do total de voos registados em 2019 só deverá ocorrer em 2024, prevê o Eurocontrol”, acrescentou a empresa.
(Notícia atualizada pela última vez às 11h53)
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