Compra da Aviva France disputada entre Macif e Allianz-Athora
Generali, Macif, o consórcio Athora-Allianz e a Eurazeo apresentaram propostas não vinculativas para aquisição dos ativos do grupo segurador britânico em França.
A Aviva France recebeu quatro propostas aquisição não vinculativas. A Generali terá apresentado oferta pela totalidade do negócio. A seguradora italiana, interessada sobretudo nas operações não Vida (acidentes), tem tido contactos com eventuais parceiros interessados na operação Vida.
Além da Generali, a edição eletrónica do jornal Le Figaro avançou que, outros três candidatos Athora Holding-Allianz, Eurazeo e a Macif terão igualmente apresentado as respetivas ofertas. Mas, de acordo com o site de informação financeira Agefi, o desfecho antecipado para a reta final do concurso supõe apenas dois potenciais candidatos.
Terminado o prazo para a apresentação de propostas (não vinculativas), no passado dia 15 de janeiro, a mútua Macif e o duo Allianz-Athora (em consórcio) são dados já como os eventuais finalistas na disputa pela Aviva France, uma operação que envolve ativos estimados em 80 mil milhões de euros (incluindo 60 mil milhões do ramo Vida) e cuja aquisição poderia significar o desembolso de aproximadamente 3000 milhões de euros, conforme tem sido apontado na imprensa internacional.
O valor atribuído à Aviva France é razoável tendo em conta os cerca de 2,9 mil milhões de capitais próprios (no final de 2019) e o valor bruto das participações na Aviva Vie (que detém o apetitoso contrato coletivo de pensões da Afer), estimado em 3000 milhões e os 517 milhões de euros do negócio não Vida (Aviva Assurances), consideram as fontes.
Embora ainda sem detalhes das ofertas de cada proponente, nem confirmação oficial que tenham sido formalmente remetidas à Aviva Plc, a imprensa especializada já começou a pesar o potencial de sucesso das candidatas que ficarão em posição de avançar com procedimentos de due diligence. No caso da Macif, considera-se que seria a solução com maior ascendente para superar barreiras sociais : é uma mútua francesa, é a preferida pelos sindicatos franceses e estaria interessada na aquisição dos ativos em bloco.
No caso do consórcio Athora-Allianz, um candidato inicialmente estigmatizado pelo facto de a Athora ter o seu negócio de resseguro sediado no paraíso fiscal da Bermuda, o duo tratou de criar uma estrutura jurídica de direito europeu (com representação em França) e terá conseguido tranquilizar a Afer quanto à capacidade de satisfazer expectativas dos milhares de aforradores membros da associação.
A intenção da Aviva Plc vender Aviva France, que emprega cerca de 4000 pessoas e constitui a segunda maior fonte de receitas do grupo britânico a seguir à operação doméstica (Reino Unido), foi anunciada ainda no verão de 2020 e enquadra-se na estratégia do grupo segurador em focar-se nos mercados do Reino Unido, Irlanda e Canadá.
O contexto de baixas taxas de juro leva muitas seguradoras a afastarem-se da aquisição seguros de vida, um negócio muito intensivo em capital. Este fator alimenta cenários de que a transação poderá ser concretizada em duas parcelas, separando os ativos Vida do negócio não Vida.
O facto de a Aviva France gerir os fundos (em euros) da Afer (Association française d’épargne et de retraite), agregando mais de 750 mil membros aforradores (a maior do país), pode também significar que a entidade terá uma palavra a dizer sobre a operação de venda da filial local da Aviva, sustentam as fontes.
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