“Não há uma comparação Stilwell vs Mexia. É sobre fazer crescer a EDP”, diz novo CEO

Com grande parte do atual plano estratégico cumprido, o novo CEO da EDP anunciou que vai, ainda no primeiro trimestre de 2021, divulgar novos objetivos para o período até 2025.

A primeira palavra de Miguel Stilwell d’Andrade foi de agradecimento ao antecessor António Mexia, com quem rejeita comparar-se. “Não é uma comparação de Stilwell vs Mexia, é como se consegue fazer crescer e criar valor para o acionista”, diz o novo presidente do Conselho de Administração, que foi eleito esta terça-feira, pondo fim a 14 anos de era Mexia.

Quero agradecer a António Mexia e a João Manso Neto a liderança e trabalho incansável que indiscutivelmente marcou os últimos 15 anos da EDP. Foi com a gestão de Mexia e Manso Neto, nos últimos 15 anos, que o grupo EDP fez a sua grande aposta nas energias renováveis. Soubemos antecipar essa tendência. Isso permite-nos ser hoje uma das maiores empresas do mundo nas energias renováveis”.

Foi assim que o novo CEO da EDP, Miguel Stilwell d’Andrade se referiu ao antecessor (que substituiu de forma interina nos últimos sete meses) na conferência de imprensa que se seguiu à eleição do conselho de administração para o mandato 2021-2023. Do processo judicial das rendas excessivas, que levou ao afastamento de Mexia e Manso e no qual a EDP também é arguida, disse apenas estar convicto que a empresa atuou dentro da legalidade. E rejeitou quaisquer danos, até reputacionais, relacionados com o caso.

"Foi com a gestão de Mexia e Manso Neto, nos últimos 15 anos, que o grupo EDP fez a sua grande aposta nas energias renováveis. Soubemos antecipar essa tendência.”

Miguel Stilwell d'Andrade

CEO da EDP

Apesar de referir a “continuidade” da nova equipa, quis tirar o foco do presidente e colocá-lo na equipa. “São esforços coletivos de equipas. A estratégia tem sido boa e faremos a nossa parte para manter a empresa a crescer“, sublinhou.

Novo plano estratégico apresentado no primeiro trimestre

Sobre a liderança interina, Stilwell admite que “foram meses difíceis e desafiantes”, mas lembrou que a EDP tinha várias operações em curso, que ficaram fechadas no final do ano. “Soubemos manter a estabilidade da empresa e apesar das adversidades nunca desistimos e nunca deixámos de tomar as decisões que tínhamos de tomar”. Essas operações concretizaram-se mais rápido do que a empresa esperava, levando agora a uma revisão estratégica.

Com grande parte do plano estratégico apresentado em 2019 pela EDP já cumprido, o novo CEO da empresa anunciou que vai, ainda no primeiro trimestre de 2021, divulgar ao mercado um novo plano estratégico para o horizonte até meados da década. Os novos objetivos da elétrica terão agora como meta o ano de 2025.

"Estamos agora a fazer uma reflexão estratégica que já se iniciou há algum tempo, mas que vamos continuar agora ao longo das próximas semanas com vista a podermos anunciar ao mercado durante o primeiro trimestre, um plano estratégico que irá materializar a nossa ambição até 2025.”

Miguel Stilwell d'Andrade

CEO da EDP

Stilwell destacou a meta de 7 GW de renováveis, atingida muito antes de 2022, a compra da Viesgo em Espanha (para a qual aumentou o capital em mil milhões de euros), com portefólio de redes e também energia limpas, a venda de ativos em Espanha e nos EUA, mais as seis barragens do Douro a um consórcio liderado pela Engie.

“Com isto fechámos o plano estratégico que tínhamos até 2022”, adiantou. “Estamos agora a fazer uma reflexão estratégica que já se iniciou há algum tempo, mas que vamos continuar agora ao longo das próximas semanas com vista a podermos anunciar ao mercado durante o primeiro trimestre, um plano estratégico que irá materializar a nossa ambição até 2025”.

“Olhando para o futuro, vamos continuar a investir muito em renováveis, em redes inteligentes, em inovação, estes são os eixos que têm enquadrado a nosso liderança energética“, disse o novo CEO. Questionado sobre a venda de novos ativos ou a política de remuneração dos acionistas, remeteu para essa altura. Sobre os dividendos acrescentou apenas que “é do conhecimento público que a EDP tem tido uma política muito estável”.

(Notícia atualizada às 18h45)

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