“Temos de estar preparados para confinamento e ensino à distância mais duradouros do que se pensava”, avisa Marcelo
O presidente da República diz que tudo se joga nas próximas semanas, pelo que até março -- pelo menos -- terão de continuar em vigor restrições como confinamento e ensino à distância.
A situação que o país vive atualmente é a mais difícil desde o início da pandemia, em março de 2020, alerta Marcelo Rebelo de Sousa, afirmando que é preciso por isso aplicar todas as medidas possíveis para travar o vírus. Numa curta declaração ao país, o presidente da República reforçou assim a mensagem transmitida igualmente pelo Governo, que aprovou esta quinta-feira a renovação do estado de emergência e anunciou medidas reforçadas para os próximos 15 dias.
“Este é de longe o período mais difícil da pandemia“, começou por dizer Marcelo, em declarações transmitidas pelas televisões. Apontou o elevado número de novos casos e de mortos devido à Covid-19, nomeadamente devido à estirpe britânica do vírus. “Temos mesmo de travar a escalada em curso e já. A pressão é extrema”.
O chefe de Estado considera que é preciso manter o rumo, apelando a todos que fiquem em casa, não perdendo a “determinação” e a “capacidade de resistir, de melhorar e agir”. “É preciso agir depressa e drasticamente”, disse, sublinhando a importância das medidas anunciadas pelo Executivo, incluindo a continuação do teletrabalho, as aulas à distância e o controlo de fronteiras.
“Temos de estar preparados para confinamento e ensino à distância mais duradouros do que se pensava“, afirmou Marcelo. Até pelo menos março a situação deverá alterar-se e será neste período que se irá preparar a primavera, o verão e até talvez o outono. “Temos de ser mais estritos, mais rigorosos, mais firmes e ficar em casa. Sair só no imprescindível e com total proteção pessoal e social. Só assim será efetivamente viável testar a tempo e diminuir a disseminação do vírus”.
O Presidente da República falou ainda sobre a alteração ao plano de vacinação contra a Covid-19 em Portugal, na qual figuras soberanas do Estado e outros políticos passaram a ter acesso prioritário. A proposta não foi consensual, mas Marcelo considera que ninguém de “bom senso” iria passar políticos de “supetão” à frente de milhares de idosos.
“Ninguém de bom senso quereria fazer passar centenas ou um milhar de titulares de cargos políticos ou funcionários por muito importantes que fossem, de supetão à frente de milhares de idosos, com as doenças mais graves e, por isso, de mais óbvia prioridade”, disse. “Temos de continuar a vacinar sempre, melhor e ainda mais depressa”.
Marcelo Rebelo de Sousa terminou a curta intervenção com uma interpelação ao país: “Portugueses, será que ainda vamos a tempo? Claro que ainda vamos a tempo, mas este é o tempo de todos — portugueses e poderes públicos — fazermos melhor”.
(Notícia atualizada às 20h30)
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