“Vamos chegar ao fim disto com a Justiça completamente de rastos”, diz bastonário
O bastonário da Ordem dos Advogados está preocupado com o impacto da pandemia de coronavírus na Justiça, que já leva anos de atrasos.
Luís Menezes Leitão está preocupado com o impacto da pandemia de coronavírus na Justiça. Em entrevista ao Diário de Notícias, o bastonário da Ordem dos Advogados adianta que o confinamento da primavera de 2020 resultou em 64 mil diligências adiadas, o que se traduziu “num colapso dos julgamentos”. O novo confinamento que o país atravessa promete, consequentemente, agravar essa situação, mas o responsável sublinha que, neste momento, não há mesmo condições para os tribunais continuarem abertos para processos comuns.
“Quando se começou a falar em confinamento, a Ordem dos Advogados achou que [os tribunais] não deviam fechar. A experiência do anterior confinamento foi caótica, com 64 mil diligências adiadas, o que se traduz num colapso dos julgamentos. Mas quando a pandemia se agravou desta maneira e hoje se multiplicam os surtos nos tribunais, torna-se visível que não há condições de funcionamento”, diz Menezes Leitão.
O bastonário salienta que estes atrasos da pandemia vêm juntar-se a atrasos que já levam anos, daí que antecipe que “vamos chegar ao fim disto com a Justiça completamente de rastos”. “É preciso ter consciência desta situação calamitosa”, observa. Em entrevista, o responsável queixa-se ainda da desatenção da ministra e atira que há “centralidade excessiva deste ministério à situação dos magistrados”.
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