Estado de emergência vai ser renovado. “Temos de manter um confinamento”, diz CDS
Entre esta terça-feira e quarta-feira, o Presidente da República recebe os partidos com assento parlamentar para discutir a renovação do estado de emergência, que vigora até dia 14 de fevereiro.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa vai renovar o estado de emergência até ao final de fevereiro com moldes semelhantes ao atual, que vigora até 14 de fevereiro. As atualizações às medidas restritivas só serão conhecidas no decreto enviado ao Parlamento, depois de ouvidos todos os partidos.
A meio de janeiro, em período de campanha, Marcelo Rebelo de Sousa, deu a entender que o estado de emergência se prolongaria até março. “A próxima renovação do estado de emergência será, em princípio, no dia 29 deste mês [janeiro], e depois haverá várias renovações mesmo até ao fim do atual mandato presidencial, haverá três”, disse, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
Esta terça-feira também a ministra da Saúde confirmou que o confinamento durará, pelo menos, até ao final do mês. Já se sabe que as fronteiras com Espanha vão permanecer encerradas até 1 de março, de acordo com informação divulgada esta terça-feira pelo governo espanhol.
Esta terça-feira o Presidente da República ouviu a Iniciativa Liberal, o Chega, o PEV, o PAN e o CDS-PP. Os restantes partidos serão ouvidos na quarta-feira.
CDS defende recurso às Forças Armadas na vacinação
Francisco Rodrigues dos Santos, líder do CDS-PP, disse, à saída da reunião com o Presidente da República, que quer grandes centros de vacinação “à semelhança do que faz a Alemanha” e que estes sejam “coordenados pelas Forças Armadas para que haja vacinação massiva”. Para o centrista, as Forças Armadas deverão estar presentes também na testagem e no trabalho de identificação das cadeias de contágio.
Adicionalmente, Francisco Rodrigues dos Santos expressou preocupação com a escassez de vacinas que está a provocar o atraso da vacinação no país. Ainda neste assunto, o centrista criticou as vacinações fraudulentas e pediu mais critérios, pois estas situações “minam a confiança dos portugueses”. Por fim, referiu que “daqui para a frente temos de manter um confinamento” para baixar os vários números da pandemia: mortes, infetados e internados.
PAN concorda com restrições, mas quer estender apoios
“É necessário continuarmos com estas restrições” disse André Silva, deputado do PAN. No entanto, não deixou de criticar a atuação do Governo em alguns assuntos. “As nossas objeções não são ao decreto do Presidente da República, mas sim à atuação do Governo em algumas linhas fundamentais”, afirmou.
Primeiro, André Silva referiu as linhas de apoio à restauração que considera burocráticas e notou que o tempo de espera para receber esses apoios é bastante. Numa segunda linha, relembrou “os pais que não conseguem estar simultaneamente em teletrabalho e a cuidar dos seus filhos menores” e que devem ser financiados a 100%. Referiu ainda a falha do ensino à distância com a falta de meios de algumas crianças e jovens, bem como a falta de estruturas essenciais (por exemplo, casas de banho ou cafés) nas passagens fronteiriças que estão abertas. “Há vários aspetos que têm de ser melhorados e apoios que têm de ser estendidos“, resumiu.
Desconfinamento “pode ser um momento de relaxamento da população”, avisa PEV
O desconfinamento é uma das preocupações do partido Os Verdes, segundo indicou a deputada Mariana Silva, depois da audição com Marcelo. “O desconfinamento, depois de tantas declarações de estado de emergência, pode ser um momento de relaxamento da população, por isso tem de ser feito de forma adequada e planeada para que não possamos correr esse risco”, afirmou.
Outra das preocupações que o partido levou ao Presidente da República, depois da reunião do Infarmed, está relacionada com a saúde mental dos portugueses no novo confinamento. Mariana Silva considera necessário haver “planos para prevenir problemas de saúde mental que estejam a surgir neste confinamento”. Por fim, também mostrou descontentamento com o atraso das vacinas por parte dos fabricantes e defendeu que o Governo deveria “deixar de estar preso ao compromisso com União Europeia
Chega quer reabrir escolas gradualmente
André Ventura, deputado único do Chega, pediu ao Presidente da República, na reunião realizada esta terça-feira, para haver alguma reabertura. “Seríamos naturalmente contra o desconfinamento apressado, absoluto e imediato, mas deviam ser dados sinais neste novo estado de emergência“, disse aos jornalistas depois da reunião do Infarmed e da audição com o Presidente.
Entre os sinais referidos pelo líder do Chega, está a reabertura gradual das escolas e de alguns setores económicos, como o pequeno comércio, restauração e hotelaria. “Ainda que situação pandémica seja difícil, temos de reabrir escolas, eventualmente gradualmente face aos escalões etários (…) não podemos ter a abertura total imediata de setores, mas sim dar sinal de reabertura”, afirmou.
Iniciativa Liberal pede regresso do desporto
O deputado único da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, referiu que algumas medidas devem ser mudadas no próximo estado de emergência, nomeadamente a venda de livros e a prática de desportos individuais, como o surf. “Vamos planear o regresso ao ensino presencial de forma prudente, mas rápida; vamos voltar a vender livros; vamos voltar a dar às pessoas a possibilidade de praticarem desportos individuais para a saúde mental de todos”, afirmou. E não poupou nas críticas ao Governo: “existe consenso entre especialistas, existe um Presidente sensibilizado, falta o Governo ser eficaz no combate à pandemia”.
O liberal, questionado pelos jornalistas, confirmou que a posição do partido face ao estado de emergência não mudou, ou seja, continua a ser contra. É sim, “a favor das medidas de contenção que funcionam” e “para isso é necessário ser rigoroso na avaliação das medidas”.
(Notícia em atualizada pela última vez às 19h21)
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