Hotelaria pede linha específica de apoio a fundo perdido para “sobreviver”
A Associação de Hotelaria de Portugal (AHP) diz ainda que é urgente prorrogar as moratórias bancárias e os prazos de reembolso das linhas de apoio à economia.
A hotelaria apela ao Governo por mais medidas de apoio, desde logo pela criação de uma linha específica de apoio ao setor. A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) alerta que a linha de apoio às empresas exportadoras esgotou-se sem chegar ao setor hoteleiro.
Em comunicado enviado esta quarta-feira, a associação alerta para o esgotamento das atuais linhas de apoio, sobretudo a nova linha de apoio às empresas exportadoras da indústria e do turismo, com uma dotação de 1.050 milhões de euros.
“Esta linha foi reforçada e foi expressamente referido que as [pequenas e médias empresas] do turismo teriam acesso. (…) E a verdade é que nas primeiras 24 horas os bancos já tinham esgotado a sua quota e as empresas hoteleiras já não conseguiram financiamento“, afirma Raul Martins.
Assim, a AHP pede a criação de uma linha de apoio específica para o setor hoteleiro. “É imprescindível que seja criada para as empresas hoteleiras uma linha específica e exclusiva, com períodos de carência e maturidade muito alargados, parte substancial a fundo perdido e condições de acesso que atendam às características do setor hoteleiro”, defende o presidente da associação.
Sem isso, diz Raul Martins, “as empresas hoteleiras de média dimensão não vão sobreviver a este longo inverno do turismo e na reabertura não vão estar cá para puxar pela economia”. O responsável remata afirmando que é “inexplicável e muito grave que o principal setor exportador do país e aquele onde o impacto das restrições internacionais mais se faz sentir seja precisamente aquele onde estes empréstimos não chegam”.
Setor pede extensão das moratórias
A AHP diz que é “fundamental” que sejam “prorrogados os prazos de carência e de maturidade dos apoios concedidos pelas linhas de apoio à economia” no âmbito da pandemia e ainda que se estendam as moratórias bancárias. Se tal não acontecer, a associação alerta para o risco de um “descalabro no setor” de “grave impacto financeiro”.
Sobre este ponto, o ministro da Economia referiu esta terça-feira, 9 de fevereiro, que o Governo está a “discutir” esse assunto, admitindo a possibilidade de, “se necessário”, estender o “prazo remanescente da dívida existente”. “É algo que temos de ver se se justifica”, disse Pedro Siza Vieira, durante um webinar.
“Os financiamentos foram concedidos com objetivo de começarem a ser amortizados quando a atividade estivesse normalizada. Ora, a atividade está muito longe de estar normalizada e as empresas estão numa situação cada vez mais frágil”, defende o presidente da AHP, referindo que “grande parte da hotelaria [está] fechada” e muitas empresas “têm empréstimos concedidos cuja prestação se vence agora em março de 2021”.
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