Manter hotéis abertos sem poder prestar serviços “é absurdo”, diz AHP

A hotelaria considera "incompreensível que os hotéis não possam prestar serviço de refeições aos hóspedes", referindo não haver "capacidade para prestar o serviço em room service".

A hotelaria critica duramente a posição adotada pelo Governo em relação ao setor neste novo confinamento. Para a Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), encerrar os serviços dos hotéis vai ser penalizador para as empresas, numa altura em que cerca de 90% estão encerradas devido à pandemia. A entidade afirma ainda que esta decisão demonstra um “desconhecimento total” da realidade hoteleira.

No âmbito do novo confinamento, o Governo permitiu que os hotéis continuassem a receber hóspedes, no entanto decretou que os serviços dos hotéis, como bares e restaurantes, terão de encerrar. Para a AHP, é “incompreensível que os hotéis não possam prestar serviço de refeições aos hóspedes”.

Referindo que, atualmente, entre 80% a 90% das unidades hoteleiras estão encerradas, que as poucas que se encontram abertas estão a fazer um “verdadeiro serviço público” e que a maioria dos trabalhadores do setor está em lay-off, a associação salienta que “não há sequer capacidade para prestar o serviço em room service, como é agora indicado pela lei”.

“Estas medidas são desnecessárias em termos sanitários e profundamente desastrosas”, diz o presidente da AHP, Raul Martins, citado em comunicado, referindo ser “lamentável” que o setor não tenha sido consultado previamente. “Os poucos empregados de mesa que ainda estão a trabalhar não são trabalhadores que fazem room service (…) e nem sequer nos deram tempo de prevenir os clientes e de escoar os produtos alimentares adquiridos para a prestação do serviço de refeições“, acrescenta.

Assim, o responsável afirma ser “lamentável” que “o Governo não tenha pura e simplesmente determinado o encerramento dos hotéis permitindo-lhes aceder ao regime de lay-off simplificado”. E explica que as medidas decretadas “trazem outros custos económico-financeiros para as empresas”, pelo que “manter as unidades abertas sem poder prestar serviços é absurdo”.

Raul Martins salienta que se estas medidas não forem revistas “de imediato”, serão “necessárias compensações a fundo perdido, reforço e alargamento dos apoios financeiros às empresas e uma via-verde para o acesso às medidas de lay-off simplificado“.

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