Protestos violentos em Madrid e Barcelona contra prisão de rapper
Autoridades detiveram o rapper espanhol Pablo Hasel por injúrias contra a Coroa e o Estado. População saiu à rua contra a prisão do artista e principais cidades assistiram a confrontos com a polícia.
Os protestos contra a detenção do rapper espanhol Pablo Hasel continuam pelo segundo dia em várias zonas da Catalunha e estenderam-se esta quarta-feira a Madrid.
Na capital espanhola, os protestantes protagonizaram confrontos com a polícia na conhecida praça Puerta del Sol, numa manifestação que tinha sido autorizada pelas autoridades públicas.
Os manifestantes arremessaram mobiliário urbano e outros objetos contra membros das Unidades de Intervenção da Polícia (UIP), que tiveram de recorrer a cargas policiais para tentar conter a violência. Alguns deles arrancaram pedras da calçada e atiraram-nas contra a polícia, que conseguiu encurralar os mais violentos num canto da praça, e acabou por fazer uso de balas de borracha e gás lacrimogéneo.
Entretanto, os empregados das lojas da zona estão fechados nos estabelecimentos, que os manifestantes estão a tentar arrombar.
“Liberdade para Pablo Hasel“; “Amnistia total”; “Pablo Hasel livre, fora com a justiça franquista“, diziam alguns cartazes dos protestantes. Segundo o jornal El País, a polícia já deteve dez pessoas durante os confrontos.
Em Barcelona, o cenário repete-se, com milhares de pessoas nas ruas da capital catalã, pelo segundo dia consecutivo, num protesto em que incendiaram barricadas na Praça Urquinaona em Barcelona.
Segundo os números da Guarda Urbana, são cerca de 2.200 os manifestantes naquela cidade, a protestar contra a prisão de Pablo Hasel, detido por injúrias à monarquia e glorificação do terrorismo, através das suas mensagens na rede social Twitter e letras das suas canções.
A polícia regional catalã, os Mossos d’Esquadra, montaram um forte dispositivo anti-motim à volta dos Jardinets de Gràcia, onde o protesto teve início, e identificaram e revistaram alguns dos participantes na manifestação.
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A concentração começou por volta das 19h00 e seguiu até à Praça da Catalunha e depois para a Praça Urquinaona, onde foram erguidas as primeiras barricadas e onde os Mossos d’Esquadra dispararam os primeiros projéteis viscoelásticos.
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Pablo Rivadulla Duró, de 33 anos, foi detido ontem na Universidade de Lleida depois de ser condenado a nove meses de prisão efetiva e cerca de 30 mil euros de multa pelas letras das suas músicas e mensagens no Twitter. Já em 2014, de acordo com o El Mundo, o rapper tinha sido condenado pelas letras de 12 músicas que divulgou no YouTube.
Entre muitas mensagens nas redes sociais e letras de músicas, consideradas pelo tribunal, estão: “Pena de morte já às Infantas patéticas, por gastarem o nosso dinheiro em operações de estética” ou “A Polícia assassina 15 imigrantes e são uns santos. O povo defende-se da sua brutalidade e somos violentos terroristas” ou “O mafioso Borbón festeja com a monarquia saudita, que financia o ISIS”.
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