Lucro das seguradoras ultrapassa 458 milhões de euros em 2020
O conjunto das 38 seguradoras supervisionadas pela ASF cresceram os resultados líquidos em 51% no ano passado, voltando a rentabilidade do setor ao nível de 2018. Solvabilidade foi reforçada.
Os resultados líquidos provisórios das empresas de seguros sob supervisão prudencial da ASF, entidade reguladora do setor, ultrapassaram o valor de 458 milhões de euros em 2020, revelou o Relatório de Evolução da Atividade Seguradora (REAS) referente ao ano passado e divulgado esta terça-feira.
Relativamente a 2019, em que os lucros tinham sido de 302 milhões de euros, este valor representa um crescimento dos resultados líquidos de 51,6% para o conjunto das seguradoras controladas diretamente pela ASF. Das 38 empresas que contribuíram para este desempenho 35 obtiveram resultados líquidos positivos e apenas três apresentaram prejuízos.
No entanto, a ASF salienta que o resultado está significativamente influenciado pelo desempenho de duas seguradoras que, na sequência de efeitos negativos extraordinários verificados em 2019, decorrentes nomeadamente de reforços de provisões técnicas, apresentaram em 2020 uma recuperação ao nível dos resultados apurados. Expurgado este efeito, a variação do resultado provisório registado face a 2019 é de 12%, ou seja cerca de 338 Milhões de euros.
Segundo ECOseguros apurou, as seguradoras a que a ASF se refere como tendo melhorado os seus resultados em 2020 são a Gamalife, obrigada a reforçar provisões após aquisição da GNB Vida em 2019, e a Generali que, também nesse ano, integrou a Seguradoras Unidas (Tranquilidade, Açoreana e LOGO) reforçando igualmente provisões. O ramo Vida das seguradoras, apesar da quebra de produção, aumentou a sua rentabilidade através dos investimentos realizados nos mercados de capitais.
Em 2018 os resultados do setor tinham atingido 468 milhões de euros.
Solvabilidade reforçada
As seguradoras sob supervisão da ASF reforçaram a sua solvabilidade durante o ano passado, aumentando a sua segurança face a futuras responsabilidades.
O rácio de cobertura do Requisito de Capital de Solvência (SCR) – medida do montante de fundos próprios necessários para a absorção das perdas resultantes de um evento de elevada adversidade e que resulta da agregação das cargas de capital relativas aos vários riscos a que as empresas de seguros se encontram expostas – foi de 180%, refletindo um acréscimo de dois pontos percentuais face ao final de 2019.
No mesmo sentido, o rácio de cobertura do Requisito de Capital Mínimo (MCR) – nível mínimo de fundos próprios abaixo do qual se considera que os tomadores de seguros, segurados e beneficiários ficam expostos a um grau de risco inaceitável – foi de 534%, refletindo um aumento de 39 pontos percentuais, face ao final do ano anterior.
SCR está 80% acima do limite mínimo e MCR é 4 vezes superior
Os valores de SCR e MCR significa que o conjunto das seguradoras em Portugal estão, respetivamente, mais 80% e mais de 4 vezes acima dos limites de capital necessário para fazer face a sinistros dos seus segurados.
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