M&E Brasil, Cateringpor ou Groundforce. O que vai acontecer aos ativos da TAP

A lista de ativos não nucleares do grupo inclui a M&E Brasil, a Groundforce, a Cateringpor e até o TAP Campus. Plano de reestruturação enviado a Bruxelas aponta para várias opções para estes ativos.

A TAP realizou uma avaliação aos ativos não nucleares que detém para vender, recuperar ou renegociar no âmbito do plano de reestruturação do grupo. A alienação de ativos é um dos pilares estratégicos, que passam igualmente pelo ajustamento da capacidade, corte de custos operacionais e melhorias nas receitas. Na lista estão a Manutenção e Engenharia (M&E) Brasil, a Groundforce, a Cateringpor e o Campus TAP, mas nem todos são para vender.

“Estão previstas no plano e estão a ser trabalhadas profundamente opções sobre as empresas do grupo, onde está incluída a Cateringpor, a empresa de catering, e a M&E Brasil”, anunciou o CEO Ramiro Sequeiro, ouvido esta terça-feira pela comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação. “Estamos a fazer um trabalho muito sério, muito profundo e, como sabem, a M&E Brasil não é uma questão simples“, acrescentou.

A M&E é responsável pela operação de manutenção, reparação e revisão (MRO) no Rio de Janeiro, concentra-se na manutenção de fuselagens largas e é detida na totalidade pela TAP. A companhia portuguesa adquiriu esta empresa à falida Varig em 2005 e tentou, em 2013, vendê-la para que não entrasse no perímetro de privatização, mas sem sucesso. Após um processo de reestruturação de três anos, a empresa teve um EBITDAR — resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, excluindo custos de arrendamentos e reestruturações — positivo pela primeira vez em 2019 (de cerca de quatro milhões de euros).

No plano de reestruturação, a que o ECO teve acesso (que está rasurado por ser a versão enviada pelo Governo para o Parlamento), é referido que “os serviços de M&E têm sido cada vez mais desafiados por uma menor procura do mercado e excesso de capacidade“. As informações sobre o que fazer com a empresa não são explicitadas, mas o ministro Pedro Nuno Santos já o tinha dito em dezembro: “Sabemos que a M&E Brasil não é uma empresa com a qual queiramos ficar”.

A M&E Brasil é um dos ativos não nucleares sobre os quais a TAP estudou “potenciais opções a considerar” no plano de reestruturação. Na mesma lista está a Groundforce (GF), um prestador de assistência em terra que opera nos maiores aeroportos de Portugal, sendo responsável por 50% das necessidades de assistência da TAP.

“A GF enfrenta agora dificuldades financeiras/de liquidez originadas pela Covid. A TAP tem uma participação de 49% e representa cerca de 70% das receitas da GF com o seu contrato a terminar em meados de 2022”, é referido no documento. Sem que sejam conhecidas as medidas concretas, é referido que “a Groundforce reestrutura as operações para enfrentar de procura do mercado” entre 2021 e 2022 vindo a “estabilizar o negócio após o impacto da Covid-19”.

Já a Cateringpor (CtP) é a fornecedora central de catering da TAP, na qual a empresa tem uma posição de 51%. “A TAP tem um contrato de custo majorado pelo que os custos estruturais da CtP são atribuídos à TAP”, explica. A Cateringpor já iniciou um “plano de reestruturação profunda” que será implementado de forma interna pela TAP ao longo dos próximos anos.

Por último, o documento faz ainda referência ao Campus TAP, que é a atual localização da sede do grupo e das instalações de outras atividades de apoio, como a manutenção e engenharia. Sem que o valor possa ser conhecido, é sublinhada a hipoteca do espaço e a par do investimento que a sua estrutura requer.

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