Stilwell prepara aumento de capital até dois mil milhões da EDP Renováveis

Emissão será feita junto de investidores institucionais e ainda não há data para a operação. O encaixe financeiro servirá para financiar o capex da empresa.

Miguel Stilwell d’Andrade, CEO da EDPEDP

A EDP Renováveis será um veículo para o grupo financiar os investimentos dos próximos anos. O CEO Miguel Stilwell d’Andrade anunciou esta quinta-feira que está a ser preparada uma operação de aumento de capital entre 1,5 e 2 mil milhões de euros da eólica. Em simultâneo, irá manter a estratégia de rotação de ativos (mas mais reduzida).

“EDP Renováveis é um potencial veículo de investimento”, explicou Stilwell d’Andrade na apresentação do plano estratégico 2021-2025 esta quinta-feira. “Parcialmente para financiar o plano de capex, a EDP Renováveis está a considerar a emissão de ações entre 1,5 mil milhões e 2 mil milhões de euros junto de investidores institucionais no momento apropriado”.

Apesar de considerar que “um aumento de capital iria de forma significativa o free float e a liquidez das ações da EDP Renováveis”, a empresa não irá abdicar de manter o controlo da subsidiária, com um mínimo de 70% do capital (face aos atuais 83%).

A EDP Renováveis tem impulsionado o crescimento do grupo e tem valorizado de forma expressiva em bolsa. Em 2020 mais que duplicou de valor e arrancou este ano renovando sucessivamente máximos históricos, tendo entretanto começado a corrigir. A atualização do plano estratégico está a ter um impacto positivo nas ações de ambas empresas que seguem em forte alta no PSI-20: a EDP ganha 2% para 4,819 euros e a EDPR sobe 0,5% para 18,54 euros.

Desempenho da EDP no PSI-20

Elétrica espera 8 mil milhões com rotação de ativos e mil milhões em vendas

O encaixe conseguido no aumento de capital servirá para financiar o plano de investimentos da EDP Renováveis, que é de 19 mil milhões de euros para instalar cerca de 20 gigawatts (GW) de renováveis entre 2021 e 2025. Esta meta enquadra-se num plano de investimentos do grupo de 24 mil milhões de euros em transição energética.

“Rotação de ativos adicionais e outras formas de financiamento também estão a ser consideradas”, sublinhou Stilwell. Explicou que a estratégia de rotação de ativos irá manter-se — “porque permite cristalizar valor antecipadamente” — mas irá desacelerar. Se nos últimos anos se tratavam de cerca de 50% dos ativos gerados, a expetativa é que passe para apenas um terço.

“Vamos manter mais capacidade no balanço”, garantiu o gestor. A rotação de ativos poderá gerar cerca de 8 mil milhões de euros. Em simultâneo, estão previstas também vendas de ativos, num processo de desinvestimento que a empresa espera que totalize cerca de mil milhões de euros.

Grande parte das vendas acontecerão no Brasil, onde a EDP quer otimizar portefólio e limitar a exposição para um máximo de 20% e onde a principal acionista, a China Three Gorges, poderá ter direito e preferência. É também esperada uma diminuição na exposição à Península Ibérica, acompanhada de diversificação dos ativos. Até porque, até 2025, a EDP quer deixar de ter carvão.

(Notícia atualizada às 10h10)

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