Acionista da Groundforce culpa Governo por atraso nos salários

Alfredo Casimiro pediu garantia pública para um empréstimo de 30 milhões de euros em julho, mas ainda não obteve resposta do Ministério de Pedro Nuno Santos.

O presidente do Conselho de Administração da Groundforce e dono do principal acionista, Alfredo Casimiro, diz que o atraso no pagamento dos salários da empresa são culpa do Governo. A Pasogal (que detém 50,1% da Groundforce, enquanto a TAP detém outros 49,9%) pediu, em julho, uma garantia pública para um empréstimo de 30 milhões de euros, que continua à espera de aval.

“A Groundforce encontra-se, como é público, numa situação de enorme fragilidade de tesouraria decorrente da pandemia provocada pelo Covid-19, mas agravada pela incapacidade das entidades públicas em responder atempadamente ao pedido de aval para um empréstimo bancário feito em julho 2020. Este atraso teve como consequência a incapacidade da empresa de saldar os pagamentos dos salários de fevereiro de 2021 dos seus 2.398 trabalhadores”, diz Casimiro em comunicado.

A “única” causa para o “constrangimento” é a queda da aviação comercial, em particular da operação da TAP, principal cliente da Groundforce e acionista de referência, nos aeroportos portugueses. “Não pedimos dinheiro ao Estado, pedimos um aval uma vez que a nossa atividade assenta em licenças atribuídas pelo próprio Estado”, defende, considerando “incompreensível que, tanto tempo decorrido”, o aval não tenha sido ainda concedido.

“Desde a primeira hora que trabalhámos com todos os meios ao nosso dispor, com a tutela e a administração da TAP, para que fosse encontrada uma solução para que a empresa conseguisse honrar os seus compromissos”. Para proceder ao pagamento dos salários de fevereiro, a Groundforce solicitou o adiantamento do pagamento, em parte ou no todo, das faturas emitidas à TAP pelos serviços prestados em dezembro 2020 e janeiro 2021 e que totalizam 6 milhões de euros, mas a companhia aérea não aceitou.

Pelo contrário, a TAP propôs o adiantamento de dois milhões de euros por serviços ainda não prestados referentes a maio de 2021 e pedia como garantia o penhor das ações detidas pela Pasogal. “A resposta que recebemos é para nós incompreensível, e temos razões fundamentadas para acreditar também ilegal“, diz o dono das ações. Quanto à contraproposta enviada — de que as garantias fossem ativos da empresa e não as ações –, a Groundforce ainda recebeu resposta.

“Acreditamos na retoma da atividade da aviação comercial, e do restabelecimento das operações da TAP, tal como está previsto no Plano de Recuperação da companhia apresentado em Bruxelas. Faço, portanto, um apelo de diálogo a todos os envolvidos para que possamos rapidamente pôr termo a este clima de incerteza e, nesse sentido, acabo de pedir uma audiência com carácter de urgência ao Senhor Ministro das Infraestruturas e Habitação, bem como aos Grupos Parlamentares na Assembleia da República”, acrescenta Casimiro.

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