Pacotes dão 5% mais receita às operadoras no ano da pandemia
As operadoras obtiveram 1,7 mil milhões de euros em receitas com ofertas em pacote no ano de 2020, um crescimento de 5%, segundo o relatório anual da Anacom.
As receitas das operadoras com serviços em pacote cresceram 5% num ano de pandemia, marcado pelo teletrabalho e ensino à distância. As empresas do setor das telecomunicações obtiveram 1,7 mil milhões de euros com este tipo de oferta, indica um relatório da Anacom.
A subida das receitas é explicada por dois fatores. Por um lado, houve um aumento de 4,2% da receita média mensal nos pacotes de 3P, os mais populares, para 27,34 euros, sem contar com o IVA. Por outro, aumentou o número de assinantes destas ofertas convergentes, nomeadamente um crescimento de 4,4%, para 4,25 milhões de subscritores.
Em sentido inverso, as operadoras viram a receita média por subscritor de pacotes 4P e 5P cair 3,4%, para 43,79 euros, sem IVA. Mas o número de subscritores destes pacotes cresceu 5,5%, para cerca de 2,14 milhões de assinaturas no total.
Subscritores e receitas das ofertas em pacote:
Fonte: Anacom
Segundo a Anacom, “desde 2015 que o crescimento do número de subscritores de pacotes se encontra em desaceleração”. “Em 2018 e 2020 verificaram-se os menores crescimentos anuais em termos relativos”, frisa o regulador, designadamente 3,9% e 4,4%. Ainda assim, o valor vai ao encontro do que era esperado pela entidade liderada por João Cadete de Matos.
Os pacotes de serviços são um tipo de oferta disponibilizado pela generalidade das operadoras, sobretudo Meo, Nos e Vodafone. Na modalidade 3P, incluem três serviços disponibilizados mediante o pagamento de uma mensalidade, geralmente televisão, telefone e acesso à internet. Já os pacotes 4P e 5P podem incluir serviços adicionais como acesso à internet em banda larga móvel e telemóveis.
Meo lidera na oferta, Nos fica com maior “fatia” das receitas
Analisando por quotas de mercado, a Meo continuou a liderar as ofertas convergentes em número de subscritores, com uma quota praticamente estável em 40,5%. A Nos viu a quota de subscritores cair 0,6 pontos percentuais, para 36,5%, enquanto a Vodafone foi a que registou o maior aumento, subindo 0,7 pontos percentuais, para 19,3% de quota.
O panorama é diferente na análise por quota de receitas. A maior “fatia” foi a da Nos, que fixou uma quota de receitas de serviços em pacote de 41%, um recuo de 0,8 pontos percentuais, seguindo-se a da Meo, que caiu 0,3 pontos percentuais, para 40,7%. A quota da Vodafone subiu 1,6 pontos, de 14,3% em 2019 para 15,9% em 2020.
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