Carris: PSD não garante votar ao lado do PCP
Os social-democratas querem aproveitar o trunfo que o PCP lhes deu para a mão. A direção do PSD decidiu adiar qualquer tomada de posição em concreto para mais perto do debate.
A direção do PSD decidiu adiar uma tomada de posição sobre a questão da Carris até ao debate parlamentar sobre o tema, apurou o ECO. Por enquanto, os social-democratas querem esperar para ver como evoluem as negociações entre socialistas e comunistas.
Depois da polémica do chumbo da TSU no Parlamento — em que o PSD se juntou à esquerda para formar uma maioria negativa e revogar a medida aprovada pelo Governo — os social-democratas sentem que têm agora um trunfo na mão. O pedido de apreciação parlamentar, entregue na sexta-feira passada pelo PCP, ao decreto-lei que transfere a gestão da Carris para o Município de Lisboa abre a possibilidade de uma nova maioria negativa contra o Executivo de António Costa. E, por isso, não querem tomar decisões precipitadas.
Os social-democratas decidiram esperar para ver, em concreto, o que vão pedir os comunistas. “Teria alguma piada dizer já?”, confidencia uma fonte do PSD, ao ECO. Os social-democratas querem também aguardar para perceber se haverá mesmo um potencial de negociação com o Governo, como promete o PS — e o que resultará daí. Só depois de as posições de comunistas e socialistas estarem mais clarificadas é que o PSD se deverá pronunciar, em concreto, sobre o assunto.
Contudo, a posição de base do PSD sobre a matéria é conhecida: foi no Executivo liderado por Pedro Passos Coelho que o concurso internacional para a venda da concessão foi lançado. Em junho de 2015, foi escolhido o consórcio Ado Avanza, com maioria de capital mexicano, para gerir as operações do Metro de Lisboa e da Carris por um período de oito anos, numa transação avaliada em 1.075 milhões de euros. Chegado ao poder, o Governo de António Costa reverteu as concessões.
No pedido de apreciação parlamentar, os comunistas apontam para a importância de permitir uma gestão intermunicipal da Carris, opondo-se à entrega da operação a Lisboa tal como está prevista no decreto-lei. Contudo, não esclarecem se o pedido de apreciação parlamentar visa introduzir alterações ao diploma, ou revogá-lo.
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