Banca europeia cai 1,3% arrastada pelo Archegos. BCP desliza
Tanto na Europa como em Portugal, os bancos negociaram em contra-corrente devido a este episódio. O Stoxx 600 ganhou 0,2% e o PSI-20 valorizou 0,57%.
A banca europeia desvalorizou 1% na sessão acionista desta segunda-feira graças ao colapso do Archegos Capital Management. Apesar de mais resistente que os pares, o português BCP não escapou ao sentimento negativo que se viveu no setor e contrariou a tendência na bolsa de Lisboa.
O family office Archegos Capital Management entrou em dificuldades com a desvalorização de títulos dos media na semana passada e, numa situação de elevada alavancagem, os seus credores a pedirem reforços. Como não teve capacidade para o fazer, o Archegos teve de liquidar posições, colocando 20 mil milhões de dólares em blocos de ações no mercado em Wall Street.
Desde então, o setor financeiro tem estado sobre forte pressão. O Credit Suisse afundou 14,35% depois de ter avisado, esta manhã, para possíveis perdas relacionadas com o caso. Apesar de ser “prematuro quantificar” o impacto, “pode ser altamente significativo e material para os nossos resultados do primeiro trimestre”, avisou. O maior banco de investimento do Japão, o Nomura, fez o mesmo alerta e afundou 16% na sessão desta segunda-feira em Tóquio.
A banca europeia perdeu 1,3%, com o sentimento negativo a estender-se a banca de investimento e comercial: o francês BNP Paribas cai 2%, o suíço UBS recua 4% e o alemão Deutsche Bank afunda 3,4%. O português BCP desvalorizou 0,34% para 0,1159 euros por ação.
Tanto na Europa como em Portugal, os bancos negociaram em contra-corrente devido a este episódio. O Stoxx 600 ganhou 0,2%, o alemão DAX e o francês CAC 40 subiram 0,6% e o espanhol IBEX 35 somou 0,3%. O português PSI-20 valorizou 0,57% para 4.864,35 pontos. A impulsionar estiveram vários pesos-pesados: a Jerónimo Martins subiu 2,3% para 13,86 euros por ação, a Nos valorizou 1,35% para 3,148 euros, a EDP Renováveis 1,16% e a EDP 0,21%.
Além do caso do Archegos, outro acontecimento marcou o dia. O porta-contentores que bloqueou o Canal de Suez por quase uma semana já está a flutuar totalmente e o tráfego marítimo já foi retomado, segundo testemunhas no local e imagens da televisão egípcia que mostram a embarcação no centro do canal. A situação estava a exercer pressão sobre o mercado petrolífero. A matéria-prima negoceia agora perto da linha de água, com o Brent negociado em Londres a perder 0,05% para 64,54 dólares por barril e o crude WTI a ganhar 0,36% para 61,19 dólares.
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