Temos consciência que o projeto RSA é um processo evolutivo, dinâmico e em desenvolvimento contínuo
João Ricardo Nóbrega é sócio de capital na RSA - Raposo Subtil & Associados e coordenador da Área de Atividade de Imobiliário e Coordenador do Núcleo de Projetos e Veículos de Investimento
João Ricardo Nóbrega é sócio de capital na RSA – Raposo Subtil & Associados e coordenador da Área de Atividade de Imobiliário e Coordenador do Núcleo de Projetos e Veículos de Investimento
Numa fase de pós pandemia, quais são agora as áreas de aposta que surgiram como fundamentais no vosso escritório?
Em rigor, a RSA continua focada em desenvolver e consolidar todas as áreas de prática em que atua por forma a melhor servir os seus clientes, sendo que a principal mudança, num cenário pós pandemia, prende-se, sobretudo, com o tipo de abordagem ao cliente. Estamos convictos que os desafios que a Pandemia nos lançou exigem uma resposta mais global e multidisciplinar, pressupondo um diagnóstico mais célere e, por outro lado, fomentando uma atitude, quer preventiva e de antecipação, e bem assim, do conhecimento, ainda mais estreito, da realidade do Cliente, procurando sempre apresentar os melhores cenários em função do caso concreto. Naturalmente que áreas como o laboral, reestruturação empresarial, insolvências, recuperação de créditos, terão forçosamente um destaque particular, mas continuamos empenhados em fazer crescer as áreas de assessoria ao investimento, direcionado quer para clientes internos ou estrangeiros, dado que o mesmo não desapareceu, bem pelo contrário.
Como encaram o vosso escritório aos tempos de hoje face ao que era quando nasceu?
Temos a perfeita consciência que o projeto RSA, que conta já com 24 anos, é um processo evolutivo, dinâmico e em desenvolvimento contínuo. Naturalmente que a realidade que assistimos hoje é bem distinta daquela que existia à data da fundação, quer ao nível de recursos humanos, meios técnicos, mas também, no que concerne ao alargamento de áreas de prática e dimensão do escritório. Com efeito, atualmente, a RSA, para além de ter cobertura nacional, mantendo a sede em Lisboa e contando com escritórios no Porto, Coimbra, Algarve e Madeira, fundou, há cerca de 8 anos a Rede de Serviços de Advocacia de Língua Portuguesa (RSA LP), que constitui uma rede inovadora de sociedades de advogados, trabalhando em parceria, espalhados por 5 países lusófonos, permitindo a transferência e partilha de Know-how, numa lógica de direito sem fronteiras, em língua portuguesa. Sem prejuízo do crescimento do Escritório, com especial ênfase na modalidade de crescimento orgânico, é interessante constatar que o ADN da RSA é o mesmo, naquilo que são os valores primordiais da nossa visão e posicionamento na Advocacia- a confiança, a experiência e a partilha. Em síntese, o nosso lema continua (e seguramente continuará!) o mesmo: “Se é importante para si, é muito importante para nós!”
Pretendem aumentar número de sócios brevemente?
Neste momento e de acordo com o plano de alargamento da base de sócios que tínhamos projetado, temos atualmente 13 sócios de capital, fruto da entrada recente de 6 novos sócios. Neste sentido, é provável que se assista a um período de estabilização, não obstante a porta “estar aberta” para acomodar futuras entradas para aqueles advogados que já demonstraram estar, de forma legítima e natural, na “corrida”.
O que é que o vosso escritório pode dar de mais valias aos clientes, comparando com os da concorrência?
É uma questão pertinente e idealmente para ser respondida pelos próprios Clientes. Começaria por realçar que temos pleno conhecimento do mercado (fortemente concorrencial) em que atuamos e do nível elevado da qualidade, hoje, sem dúvida mais abundante, o que serve de motivação para continuarmos o nosso rumo. No entanto, não somos obstinados pelo o que a concorrência faz, mas temos especial gosto e foco na fidelização de clientes e angariação de novos. A nossa mais valia diria que continua a ser o conhecimento aprofundado das necessidades e contexto do Cliente, a proximidade da relação e um foco muito especial no resultado, de acordo com os objetivos previamente definidos. Acreditamos, ainda, que o diferencial competitivo está nas pessoas, na sua formação e qualidade, e que os Clientes valorizam as soluções profissionais, especializadas e criativas, bem como, os valores que nos regem, acima referidos.
O mercado está a abrir para os pequenos e médios escritórios?
Acho que o Bom Advogado terá sempre espaço de atuação e naturalmente esta máxima terá, de igual modo, aplicação aos pequenos e médios escritórios. Não podemos esquecer que dentro do leque de potenciais clientes, existem uma multiplicidade de perfis e drivers distintos, havendo, por outro lado, muitas áreas de prática. A especialização ou os denominados escritórios “boutique” continuarão a ter o seu espaço. Julgo que o principal desafio poder-se-á colocar ao nível da especialização, multidisciplinaridade, capacidade e timings de resposta e transformação digital da advocacia. Acresce que, com a proliferação dos meios de comunicação, suportada na diversidade de redes sociais, há uma maior visibilidade que pode ser explorada pelos pequenos e médios escritórios, possibilitando, desta forma, o acesso e um destaque na atividade que estava, tradicionalmente mais reservada aos escritórios de maior dimensão.
Por fim, creio que o crescente aumento do investimento estrangeiro que assistimos nos últimos anos, os pequenos e médios escritórios terão obrigatoriamente de estar preparados para uma advocacia mais global e porventura, mais próximo dos Brand Standards internacionais e modelos sólidos de governance.
A advocacia de negócios é o caminho mais óbvio da advocacia?
Não diria que é o mais óbvio ou uma solução dominante, sendo seguramente uma tendência a que todos assistimos e cujo fenómeno tem proliferado. Sendo um conceito que poderá ser equívoco ou suscetível de diferentes interpretações, diria que as sociedades, sobretudo nas áreas de assessoria, deverão ter presente o contexto empresarial mais sofisticado e generalizado e, claro está, em períodos de forte investimento, têm de se adaptar às necessidades concretas do Cliente, o que obriga a um conhecimento mais profundo dos setores de atividade dos clientes e das diferentes soluções jurídicas a considerar. Obviamente que, nunca se poderá minorar e desassociar da advocacia o seu papel preponderante na prossecução e defesa da justiça, pelo que a Advocacia de “Barra” deverá continuar a ser um dos pilares fundamentais da nossa profissão.
Como avalia a atuação do atual bastonário face à classe?
A avaliação cabal do desempenho do bastonário deve ser efetuada no final do mandato, e, neste caso em particular, deve ter em conta, ainda, os circunstancialismos excecionais provocados pela Pandemia, o que, naturalmente, dificulta ou poderá alterar, a implementação do programa eleitoral delineado. Não obstante, avaliamos positivamente o trabalho desenvolvido pelo Bastonário na tentativa de proteger os Advogados neste momento delicado que atravessámos.
Alguma área do vosso escritório que não tenham e que pretendam apostar?
Considero que o N/ escritório abrange as principais áreas de atuação core do Direito. Nos últimos anos apostámos, ainda, no desenvolvimento de novas áreas, com enfoque mais internacional, como o Oil & Gas. Temos, de igual modo, assistido a um aumento significativo de atuação em áreas como a Aeronáutica e Direito do Desporto, pelo que, se houver massa crítica, poderemos considerar a respetiva autonomização.
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