COVID-19 agrava risco comercial em Portugal

  • ECO Seguros
  • 7 Abril 2021

A pandemia Covid-19 aumenta disparidades a nível global, potenciando fragmentação social que, a cinco ou 10 anos, terá efeitos na geopolítica. O World Risk Review monitoriza 9 indicadores de risco.

O esforço económico justificado pela pandemia vai continuar a contribuir para o agravamento do risco político global ao longo de 2021 e para amplificar ameaças enfrentadas pelas economias já frágeis, alerta o relatório que acompanha o Mapa de Risco Político 2021, divulgado pela Marsh, líder global em corretagem de seguros e consultoria de riscos.

A desigualdade social é um risco generalizado em múltiplas regiões, particularmente na América e na Europa, aponta a Marsh. No futuro, a desigualdade é suscetível de influenciar eleições, contribuir para o nacionalismo político e económico e poderá, inclusive, criar condições que desencadeiem conflitos, adverte o relatório que “espelha” resultados do Global Risk Report 2021 do Fórum Económico Mundial (WEF na sigla internacional).

Carlos Figueiredo, Diretor de Financial Risks & Specialties da Marsh Portugal, adiantou: “Apesar de muitas áreas de risco acrescido, continuam a existir oportunidades para as entidades empresariais, financiadores e investidores. Soluções de risco político e de crédito apoiadas por seguros podem ajudar a assegurar o capital comercial e de investimento, a desbloquear a liquidez e permitir um crescimento que proporcione e sustente a recuperação da COVID-19″.

Divulgado pela Marsh Specialty, o relatório aponta ainda para o risco de “falências em massa entre empresas zombies” quando os esquemas de apoio público terminarem, conforme noticiou o ECO.

Num cenário global de políticas monetária e fiscal flexibilizadas para incentivar a recuperação na saída da crise, o mapa regista “o maior aumento de sempre no que diz respeito ao risco económico por país em todas as regiões a nível global”. Esta situação, impulsionada pela subida das despesas deficitárias nos últimos 12 meses, “tem contribuído para aumentar os riscos de crédito soberano e comercial nas economias menos desenvolvidas do mundo”, refere o documento.

Neste contexto, a Marsh adianta alguns “temas-chave”, que permitem caracterizar e antecipar a “disparidade crescente” entre as economias emergentes e as mais industrializadas:

  • Desigualdade de crescimento entre países ricos e pobres;
  • Aumento contínuo de riscos económicos para todos os países, com impacto adicional no risco de crédito soberano; risco de câmbio e risco comercial;
  • Aumento do nacionalismo e do seu impacto nos recursos estratégicos, incluindo energia, alimentação, tecnologia e água ou outros bens para as principais indústrias nacionais.

Carlos Figueiredo acrescenta que: “Relativamente a Portugal, verificamos que de 2020, para 2021, os riscos de cariz político-sociais tendem a manter-se estáveis, enquanto os riscos económico-financeiros e mais especificamente de crédito comercial, apresentam algum agravamento. Digno de registo é, no entanto, a estabilidade e mesmo uma evolução positiva do risco da divida soberana.”

A pressão sobre o financiamento público nos mercados emergentes resultará no aumento do endividamento soberano e poderá criar condições desfavoráveis para as empresas nacionais e estrangeiras. O cadastro de risco político é baseado em dados da plataforma World Risk Review da Marsh Specialty. A plataforma classifica 197 países e territórios através de nove indicadores relacionados com segurança, comércio e investimentos.

  • Risco de repúdio de acordo contratual
  • Risco económico país
  • Risco de inconvertibilidade de moeda e de transferências
  • Risco de expropriação
  • Risco legal e regulatório
  • Risco de crédito soberano
  • Riscos de greves, motins e agitação social
  • Risco de terrorismo
  • Risco de guerra e de guerra civil

A companhia fornece um mapa interativo que pode ser utilizado para ajudar as multinacionais a tomarem decisões “mais informadas sobre como aplicar os seus recursos financeiros e gerir os riscos associados às suas operações, bens, investimentos e contratos no ano seguinte”.

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