Hoje somos bastante mais complexos e completos do que no início

  • ADVOCATUS
  • 14 Abril 2019

Miguel Miranda, o mais recente managing partner da PRA, fala sobre o escritório e o mercado da advocacia.

Numa fase de pós pandemia, quais são agora as áreas de aposta que surgiram como fundamentais no vosso escritório?

A PRA presta um serviço full service , pelo que manteve intactas, antes e durante a pandemia, todas as valências jurídicas que incorporam o seu leque de serviços.

Muitas das apostas estratégicas que já havíamos feito antes, alheios a este contexto especial, ganharam toda uma nova pertinência, como aconteceu com a Unidade especializada de Farmácia e do Medicamento, a Unidade de Entertainment ou a Unidade de Dano Corporal. Perspetivamos para todas elas uma rápida expansão no muito curto prazo.

Como encaram o vosso escritório aos tempos de hoje face ao que era quando nasceu?

Completamos, em 2021, 20 anos de existência como sociedade de advogados. Hoje somos bastante mais complexos e completos do que no início. Os níveis de especialização que se alcançam numa estrutura de cerca de 160 colaboradores permite prestar um nível de serviço ao cliente muito mais robusto, sólido e com maior valor acrescentado. É, no entanto, um processo contínuo de busca de melhoria e de adaptação constante aos desafios da rápida evolução da sociedade em que vivemos. E o que posso dizer é que gostamos desta dinâmica.

Pretendem aumentar número de sócios brevemente?

Os sócios são o pilar estruturante de qualquer sociedade de advogados. A solidez dos valores que comungam é o que permite inovar sem fraturar, acolher e agregar sem desequilibrar. A escolha de quem são os nossos sócios é, pois um delicado e exigente desafio, o qual é, porém, estratégico para o futuro de toda a organização. Nos últimos doze meses, aumentámos para 16 o número de sócios da PRA, com a entrada da Rute Oliveira Serôdio e do Tiago Fiuza. Queremos naturalmente aumentar o número de sócios e, sim, projetamos fazê-lo brevemente.

O que é que o vosso escritório pode dar de mais valias aos clientes, comparando com os da concorrência?

Este é um case study em que a resposta está na pergunta. O nosso escritório distingue-se da concorrência por não ser apenas 1 escritório, mas serem 6 escritórios, localizados em Faro, Leiria, Lisboa, Ponta Delgada, Porto e Évora. São escritórios em que os nossos clientes, em todo o continente e nos Açores, conseguem ter consigo os seus advogados, quando se deslocam, quando fazem investimentos ou, simplesmente, quando têm vontade de tomar um café connosco. Estamos geograficamente perto deles e dos seus negócios e este é um conceito presencial de proximidade quase exclusivo da PRA.

O mercado está a abrir para os pequenos e médios escritórios?

A história da advocacia recente confirma que sempre há lugar e mercado para toda a tipologia de escritórios de advogados, desde os de prática individual às sociedades de grande dimensão. O mercado está aberto, por isso, para todos. Numa nota mais pessoal, sou, porém, da opinião que para a dimensão do mercado de serviços jurídicos portugueses ainda se assiste a uma elevada dispersão da oferta, o que poderá indiciar que há espaço para dinâmicas de consolidação, que poderão ser até aceleradas num expectável boom pós pandemia.

A advocacia de negócios é o caminho mais óbvio da advocacia?

Não sou fã da expressão, mas se se refere a assessoria a operações societárias esse foi, de facto, o caminho que muitos players seguiram no passado. Não creio, porém, que atualmente seja o mais óbvio. Diria que a cyber advocacia está a chegar rapidamente e os primeiros a assimilar a importância do mix entre a tecnologia e o Direito serão, porventura, aqueles que estarão mais bem posicionados para os desafios da próxima década. Por outro lado, o apoio ao cliente não deve esgotar-se no momento da formalização do negócio. E, para isso, é necessário ter know-how para o continuar a acompanhar, ajudar a crescer e melhorar, o que pressupõe disponibilizar uma consultoria jurídica integrada por diversas áreas de prática e, muitas vezes até, pelo contencioso, sendo crucial ter advogados open minded e imersos nas áreas de negócio dos clientes.

Como avalia a atuação do atual bastonário face à classe?

É uma intervenção naturalmente condicionada pelas restrições impostas pelo contexto pandémico.

Alguma área do vosso escritório que não tenham e que pretendam apostar?

Diria que não existem propriamente áreas que não tenhamos. Fruto da exigência dos nossos clientes, existem, isso sim, áreas que temos vindo a autonomizar e, nesse âmbito, temos vários projetos em curso. Umas das próximas apostas situa-se no sector da Energia. Estamos na vanguarda da sustentabilidade e da economia verde e esta é, para nós, uma área de expertise essencial.

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