Portugal adia reembolso de 983 milhões de euros em dívida para 2028 e 2034

Ao fazer esta troca de dívida, a agência liderada por Cristina Casalinho tenta aliviar os reembolsos previstos para os anos de 2022 e 2024, atirando para mais tarde esta responsabilidade.

O Tesouro português atirou 983 milhões de euros em Obrigações do Tesouro (OT) para daqui a sete e 13 anos, numa operação de troca de dívida. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) recomprou, em troca, o mesmo montante em títulos que venciam em 2022 e 2024 com o objetivo de estender os prazos de reembolsos.

O IGCP colocou 671 milhões de euros em OT com maturidade em 17 de outubro de 2028, bem como 312 milhões de euros em títulos com prazo em 18 de abril de 2034. Em contrapartida, recomprou 501 milhões de euros em OT que venciam em outubro de 2021 e 482 milhões de euros em OT com prazo em fevereiro de 2024.

Com a troca de dívida, a agência liderada por Cristina Casalinho tenta aliviar os reembolsos previstos para os anos de 2022 e 2024, atirando para mais tarde (2028 e 2034) a responsabilidade de assumir essa devolução. Este ano, foi a primeira operação deste tipo, que tem sido comum na atual estratégia de gestão da dívida pública.

O IGCP tem aproveitado os baixos custos de financiamento para levar a cabo estas operações de troca de dívida que permitem ao país alisar os pagamentos aos mercados nos próximos anos e evitar a acumulação de reembolsos. Em mercado primário, o juro médio das emissões realizadas em 2021 situou-se em 0,8%, enquanto a yield a 10 anos, em mercado secundário, negoceia esta quarta-feira nos 0,402%.

O Tesouro devolveu, há duas semanas, ao mercado 8 mil milhões de euros em dívida, naquele que foi o maior reembolso de OT do ano e que continua o caminho de diminuição do montante da dívida mais cara que o Tesouro ainda tem em stock. No entanto, a pandemia obrigou o país a reforçar a procura de dívida no mercado. A partir de 2022, as OT a devolver aos investidores têm valores mais avultados, o que poderá explicar o recurso ao rollover.

(Notícia atualizada às 11h)

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