Mercados externos pesam nas contas da Teixeira Duarte. Lucro cai 75,3% para 3,6 milhões
O negócio da construtora foi afetado nos vários mercados pela pandemia, em especial Angola e Brasil, enquanto o efeito cambial também penalizou.
A Teixeira Duarte lucrou 3,6 milhões de euros em 2020, o que representa uma quebra de 75,3% face aos resultados líquidos do ano anterior. O negócio da construtora foi afetado nos vários mercados pela pandemia, em especial Angola e Brasil. Os mercados externos passaram a representar 69,1% do volume de negócios da empresa, em comparação com 73,1% em 2019.
“Em todos os mercados a atividade da Teixeira Duarte foi afetada pela situação de pandemia Covid-19, ainda que em circunstâncias e alcances distintos conforme os setores e as áreas de atuação, os países, as medidas oficiais aí implementadas e as assumidas também pelos demais stakeholders“, diz o relatório da empresa, divulgado esta sexta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
O volume de negócios da Teixeira Duarte fixou-se em 608 milhões de euros, menos 30,7% do que em 2019. Em Portugal, a quebra foi de 20,4% enquanto nos mercados externos foi de 34,5%. A construtora fechou o ano com uma carteira de encomendas de 1.348 milhões de euros, à qual acresce um montante global de 92.414 mil euros em obras adjudicadas ou contratadas.
O EBITDA — lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações — registou uma diminuição de 47,1 % face ao ano anterior, atingindo o montante de 100.494 milhares de euros. Além do efeito do coronavírus, “a redução deste indicador, no montante de 89.541 milhares de euros, é justificada essencialmente pela variação das diferenças de câmbio operacionais” e pela pela alienação de 50% da participada TDE – Empreendimentos Imobiliários, S.A. em 2019.
A empresa diz ter tomado medidas de contingência e de prevenção do risco de saúde pública e de salvaguarda da continuidade do negócio. Sobre o futuro, “a Teixeira Duarte prevê a continuidade das operações nos diferentes setores e mercados em que tem vindo a atuar, ainda que influenciada pelos impactos da situação de pandemia mundial Covid-19 e do facto das desvalorizações de moedas de países onde o Grupo opera diminuírem a relevância em euros da atividade”, aponta, acrescentando que “prevê atingir rendimentos operacionais consolidados de cerca de 700 milhões de euros“, em 2021.
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