Altice só venderá a Meo por valores acima de 6,6 mil milhões

"De acordo com algumas fontes de mercado, a Altice não venderá a Meo por menos de oito vezes o EBITDA", diz o BPI/CaixaBank. Os analistas dizem que este múltiplo é elevado.

A Altice Europe está a sondar o mercado para vender o negócio no mercado nacional. O Expresso (acesso pago) revela que a venda está a ser preparada, tendo sido contratado um banco de investimento, o Lazard, apurou o ECO, para encontrar potenciais compradores. Ainda está numa fase inicial, mas a venda, a acontecer, será realizada por valores acima de 6,6 mil milhões de euros, diz o BPI/CaixaBank.

Começando por dizer que o mercado poderá ler esta movimentação da Altice Europe como uma antecipação de um contexto mais concorrencial no mercado português daqui em diante, o BPI/CaixaBank diz que este “poderá ser um bom momento para vender” a Meo. E foca atenções nos múltiplos a que poderá ser realizado o negócio pela empresa de Patrick Drahi e do português Armando Pereira.

“De acordo com algumas fontes de mercado, a Altice não venderá a Meo por menos de oito vezes o EBITDA“, refere o banco de investimento na sua nota de research diária. No entanto, “estamos bastante céticos quanto a um múltiplo tão elevado se a venda efetivamente avançar”, notam os analistas do BPI/CaixaBank.

O EBITDA da Altice Portugal cresceu 0,2% em 2020, totalizando 833,6 milhões de euros. Assumindo o múltiplo indicado pelo BPI/CaixaBank, o potencial negócio terá sempre de realizar-se por mais de 6,6 mil milhões de euros. Recorde-se que a Altice Europe comprou a Meo há seis anos, pagando 5,6 mil milhões de euros à Oi.

Estes múltiplos, a confirmarem-se, podem ser positivos para a Nos. “A Nos está a transacionar a cinco vezes o EBITDA, pelo que poderá haver margem para alguma reavaliação” dos títulos da operadora liderada por Miguel Almeida. E poderá, do ponto de vista de avaliação, “ser positivo” para a Nos.

Quanto ao mercado de telecomunicações, o BPI/CaixaBank diz “não esperar grande impacto” em termos de concorrência. “A Meo é o operador incumbente, com elevadas quotas de mercado em todos os segmentos, pelo que prevemos que o potencial comprador mantenha uma estratégia similar” à da Altice.

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