Galp Energia corta investimentos em 20% ao ano até 2025
O investimento líquido médio será de 800 milhões a mil milhões de euros por ano durante 2021-25. É um corte de cerca de 20% face ao plano atual.
A Galp Energia reviu em baixa o montante destinado a investimentos nos próximos anos. A empresa liderada por Andy Brown vai reduzi-los em um quinto face ao plano anterior, com o negócio da exploração petrolífera a absorver a maior “fatia” dos investimentos. No entanto, há uma maior aposta nas energias renováveis rumo à descarbonização.
“O investimento líquido médio de 800 milhões a mil milhões de euros por ano durante 2021-25, [representa] uma redução de cerca de 20% em comparação com o plano anterior“, refere a Galp Energia na atualização do seu plano estratégico, no âmbito do Capital Markets Day. “A previsão para 2021 é mantida entre 500 e 700 milhões de euros”, diz.
De acordo com a petrolífera, “a média de investimento líquido inclui iniciativas de gestão de portefólio para apoiar o nosso plano de investimento, cristalizar valor e manter uma posição financeira robusta”.
Para onde vão estes milhões de euros? A Galp Energia revela que “o upstream [exploração de petróleo] representa cerca de 40% do investimento líquido previsto do grupo, incorporando maioritariamente projetos já sancionados, incluindo o Bacalhau I”. A refinação de combustíveis absorverá 10% do investimento, enquanto a distribuição destes ficará com cerca de “15% do investimento líquido”.
Mais de metade do investimento será em negócios associados ao petróleo, sendo que o remanescente vai ser aplicado pela empresa liderada por Andy Brown na transição energética.
A Galp é já um dos principais players da energia solar fotovoltaicos na Península Ibérica. “Atualmente focados em desenvolver e maximizar os retornos dos nossos projetos, pretendemos expandir o portefólio, diversificando geografias e tecnologias”, o que obrigará a alocar cerca de “30% do investimento líquido do grupo” neste negócio das renováveis.
Do hidrogénio verde às baterias
A aposta da empresa na transição energética passa também pelo que designa de “novas energias”. Assumindo-se interessada em “identificar e acelerar soluções de negócio alinhadas com a transição energética e que sejam, simultaneamente, inovadoras e com potencial de escala”, a Galp vai alocar “5% do investimento líquido do grupo durante 2021-25” nestas energias.
Como? “Encontramo-nos numa posição privilegiada para desenvolver soluções de hidrogénio verde, usufruindo das nossas capacidades industriais”, diz a empresa, acrescentando que “tenciona desenvolver até 2025 um projeto de um eletrolisador com uma capacidade de 100 MW, com posterior potencial de expansão para 0,6-1,0 GW, caso o modelo de negócio seja comprovado”.
Além do hidrogénio verde, “encontramo-nos também a avaliar oportunidades de entrada na cadeia de valor das baterias, pretendendo antecipar as necessidades alinhadas com a estratégia europeia”. A Galp, diz, está a “posicionar-se para expandir as suas atividades para o processamento químico de lítio em Portugal, garantindo matéria-prima e desenvolvendo parcerias importantes”.
(Notícia atualizada às 7h33 com mais informação)
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