BRANDS' TRABALHO Preparado para jogar um jogo que nunca acaba?

  • PESSOAS + EY
  • 7 Junho 2021

Os desafios da transformação são cada vez mais exigentes e a liderança é posta à prova, sendo necessário entrar num jogo infinito, diz Beatriz Marques, Senior Consultant EY, People Advisory Services.

Sabemos que os líderes têm o poder de guiar, capacitar e inspirar as pessoas pelo que é inquestionável a importância do seu papel, ainda para mais em momentos de transformação. São peças fundamentais para promover a capacitação e facilitação da mudança, mobilizando as suas pessoas através da confiança, clareza de propósito e abertura para a aprendizagem contínua.

Isto é praticamente uma verdade absoluta, mas revela ser um exercício difícil e exigente que poucas vezes é passado da teoria à prática com qualidade.

Frequentemente, observo alguns líderes preocupados em responder ao desafio da liderança de forma mais eficiente. São líderes com uma vasta experiência, com um forte leque de skills (comportamentais e técnicas) e conhecimento robusto do seu negócio. Mas, nem sempre conseguem colocar a tal verdade absoluta em prática. O que será que lhes está a faltar?

Existe um novo paradigma da liderança, que me fez refletir de um outro prisma e poderá estar na resposta à questão anterior. Segundo Simon Sinek, a liderança tornou-se um infinite game, onde ao contrário dos jogos finitos, as regras estão sempre a mudar, onde a qualquer momento podem entrar novos players com os quais temos de interagir e onde a meta nunca está à vista, sendo necessário continuar a jogar.

"Se acreditarmos que o sentido de propósito, a cooperação e a inovação são relevantes para as perspetivas a longo prazo nas organizações, então só nos resta uma opção: aprender a jogar um jogo que nunca acaba!”

Beatriz Marques

Senior Consultant EY, People Advisory Services

Os líderes que se atrevem a jogar este jogo abraçam um mindset infinito e constroem organizações mais ágeis, mais adaptativas, mais inspiradoras, conseguindo superar, através da resiliência, os inúmeros desafios. São por isso, as organizações que superam os desafios da transformação e nos conduzem ao futuro.

A verdade é que com frequência, os líderes são forçados a fazer o contrário, pelo que muitas das dificuldades que as organizações enfrentam devem-se ao facto de os seus líderes estarem precisamente a jogar um jogo finito, com uma mentalidade finita, focada apenas no curto prazo e nos resultados. O que impacta não só na performance, como na inovação e no posicionamento no mercado.

Se acreditarmos que o sentido de propósito, a cooperação e a inovação são relevantes para as perspetivas a longo prazo nas organizações, então só nos resta uma opção: aprender a jogar um jogo que nunca acaba!

Para tal, será necessário desenvolver cinco práticas, onde a consistência, irá fazer a diferença:

  1. Propósito. Primeiro que tudo vem o propósito que deve guiar a equipa. Deve descrever uma ambição futura, ser inspirador e convincente, fazendo com que as pessoas estejam dispostas a dar o extra-mile para ver a visão concretizada.
  2. Equipas de confiança. Perante este cenário de jogo cada vez mais incerto, é necessário garantir uma liderança autêntica, que fomente um espaço seguro onde a abertura ao erro e a exposição das vulnerabilidades são a base para desenvolver relações de confiança.
  3. Rivais dignos. A forma como percecionamos os nossos concorrentes é crítica neste jogo infinito. Deixam de ser vistos como rivais e assumem a missão de nos fazer sair da zona de conforto, de nos ensinarem e de nos desafiarem para a melhoria contínua no dia-a-dia.
  4. Flexibilidade existencial. A flexibilidade e agilidade são essenciais para promover a disrupção, para questionar e abraçar as mudanças. Líderes com este tipo de mindset, são capazes de contribuir ativamente para o negócio e garantir uma adequada transformação nas suas pessoas.
  5. Coragem. Adicionalmente, é necessária coragem para ter um impacto positivo nas pessoas, para ser ousado e agir de acordo com o seu propósito. Procurar inovar, acrescentar valor e acima de tudo, garantir o desenvolvimento da equipa e a preparação dos próximos líderes da organização.

Desenvolver um mindset infinito não é fácil nem imediato. Muitas vezes, estamos sujeitos a momentos de tentação onde o medo, a ambição, a ignorância ou a pressão externa nos levam a jogar o jogo finito. Contudo, independentemente de como escolhemos jogar, o importante é sermos honestos connosco e com os outros sobre as nossas escolhas e garantir que temos o compromisso das nossas pessoas.

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