“Não há um processo de recrutamento aberto” na TAP, garante Pedro Nuno Santos

Pedro Nuno Santos explica que não sabia das contratações da companhia aérea em Espanha e garante que não se trata de um processo de recrutamento, mas apenas da substituição de um cargo concreto.

A TAP não tem nenhum processo de recrutamento aberto em Espanha, segundo garantiu o ministro das Infraestruturas e da Habitação. Pedro Nuno Santos diz que não sabia da viagem de dois responsáveis de recursos humanos a Madrid — que deu origem a um polémico vídeo nas redes sociais –, mas explicou que a contratação será apenas para a substituição de um cargo que ficou vago.

“O que estava em causa era a saída do responsável comercial de carga em Espanha. Saiu voluntariamente e a prática normal é que seja substituído por alguém que conheça o mercado em concreto. É uma prática de gestão normal. Não há um processo de recrutamento aberto, o que há é a necessidade de substituir alguém que vai sair voluntariamente”, explicou Pedro Nuno Santos, em declarações aos jornalistas transmitidas pela RTP3 a partir de Faro.

Clarificou que só recebeu esta informação depois do caso ter sido conhecido e que não soube antecipadamente desta posição. “Não tinha [conhecimento], nem tenho de ter. Ao contrário do que muitos dizem, não estou a gerir a empresa“, respondeu o governante socialista. “Eu represento o acionista e o Estado enquanto soberano que está a fazer o auxílio à TAP. Não sou gestor da empresa“.

"Não tinha [conhecimento], nem tenho de ter. Ao contrário do que muitos dizem, não estou a gerir a empresa. Eu represento o acionista e o Estado enquanto soberano que está a fazer o auxílio à TAP. Não sou gestor da empresa.”

Pedro Nuno Santos

Ministro das Infraestruturas e da Habitação

O ministro referia-se a um vídeo filmado por Pedro Ramos, diretor de recursos humanos da TAP, e João Falcato, diretor de recursos humanos da Manutenção & Engenharia da TAP, em Madrid e divulgado no Facebook do último. Os dois explicam ter-se deslocado ao país para fazer entrevistas e recrutamento, o que gerou contestação nas redes sociais devido ao processo de reestruturação que a empresa atravessa.

A companhia aérea clarificou que a publicação foi feita a título pessoal e não em nome da empresa, mas ainda assim — dado o momento que a TAP vive — o conselho de administração decidiu abrir, de imediato, um processo de inquérito seguido dos procedimentos disciplinares aplicáveis a esta situação. O ministro preferiu, por isso, não se pronunciar sobre se os dois trabalhadores devem ou não continuar na empresa, dizendo apenas estar a aguardar os resultados desse inquérito interno.

“A única coisa que me importa e que quero dizer nesta altura é que todos os que estão envolvidos num processo difícil de reestruturação como é o da TAP tenham recato e sensibilidade para a situação difícil que milhares de pessoas estão a atravessar de perda de emprego e perda de salário. A situação é crítica, é complexa. É demasiado difícil de gerir e era importante que todos, nas suas funções, tivessem o recato e a sensibilidade para com a situação“, acrescentou o ministro.

"A situação é crítica, é complexa. É demasiado difícil de gerir e era importante que todos, nas suas funções, tivessem o recato e a sensibilidade para com a situação.”

Pedro Nuno Santos

Ministro das Infraestruturas e da Habitação

O governante foi ao aeroporto de Faro para uma cerimónia de inauguração na nova base sazonal da companhia aérea lowcost easyJet em Portugal. É a terceira que se junta a Lisboa e Porto. Pedro Nuno Santos desvalorizou a concorrência face à TAP, sublinhando que são negócios “diferentes” dado que a empresa de capital maioritariamente público está focada no hub.

“A TAP como companhia de bandeira que é — na mesma medida que qualquer companhia aérea de bandeira europeia — está-se a especializar nas viagens de médio e longo curso, nas ligações intercontinentais e na estratégia de hub. É essa a única estratégia que permite às companhias aéreas de bandeira sobreviverem: é assim com a TAP, com a Iberia, com a Lufthansa, com a Air France e com a KLM. É por isso que é tão importante que outras companhias aéreas apostem no nosso país”, afirmou Pedro Nuno Santos.

(Notícia atualizada às 15h30)

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