Business Roundtable Portugal quer o país no top 15 europeu
Nova associação de 42 grandes empresas, lançada hoje em Lisboa, defende uma "nova ambição de crescimento" para o país.
“Uma nova ambição para Portugal”. É o mote da Business Roundtable Portugal (BRP), uma associação de 42 grandes empresas, apresentada esta terça-feira de manhã em Lisboa, que pretende colocar Portugal entre os 15 países com maior PIB per capita na União Europeia.
“Estamos a assistir a um momento único na história, com grandes repercussões a nível económico”, aponta Vasco de Mello, presidente da Business Roundtable Portugal, para justificar o momento para o lançamento da iniciativa, numa fase em que “a nível nacional estamos a traçar o rumo para os próximos anos”.
“Queremos um futuro mais competitivo, mais justo e solidário“, foi, segundo o também “chairman” do Grupo Mello, o que juntou “um grupo de gestores preocupados com a falta de crescimento do país. Daí a “ambição nova para Portugal” de colocar o país de novo entre os 15 mais ricos da Europa, em termos de PIB per capita.
Pessoas, Empresas e Estado. Serão estes os vetores de atividade da BRP e a que se dedicarão os grupos de trabalho, que terão elementos das empresas participantes e poderão colaborar com outras instituições, nacionais e internacionais, públicas ou privadas. “Queremos um Portugal capaz de valorizar e qualificar os portugueses, apoiar a criação, desenvolvimento e a escala das nossas Empresas e melhorar o desempenho do Estado como facilitador da atividade económica e de criação de riqueza para toda a sociedade”, sintetiza Vasco de Mello.
"Queremos um Portugal capaz de valorizar e qualificar os Portugueses, apoiar a criação, desenvolvimento e a escala das nossas Empresas e melhorar o desempenho do Estado.”
A associação, que é um misto de “think tank” e grupo de pressão, terá “caráter independente e apolítico” e será financiada pelas empresas associadas. Propõe-se a apresentar propostas concretas e exequíveis, disponibilizando a experiência e os recursos dos seus membros. Garante que não atuará na defesa de interesses particulares dos que a compõem, mas da sociedade.
O que não significa que não traga consigo uma agenda. “Acreditamos na livre iniciativa dos cidadãos, nas empresas privadas e nos princípios da sustentabilidade social e da sustentabilidade”, apontou Vasco de Mello.
A associação é liderada por Vasco de Mello, chairman do Grupo José de Mello, e tem Cláudia Azevedo, CEO da Sonae, e António Rios Amorim, CEO da Corticeira Amorim, como vice-presidentes.
Da direção, composta por nove elementos, fazem ainda parte João Castelo Branco, CEO da Semapa, Nuno Amado, chairman do BCP, Guy Villax, CEO da Hovione, Paulo Rosado, CEO da Outsystems, Sandra Maria Santos, CEO da BA Glass, Fernando da Cunha Guedes, CEO da Sogrape. Pedro Gingeira é o secretário-geral que irá coordenar a equipa permanente do BRP.
Questionados sobre se a criação da associação era uma resposta à falta de ação de outras entidades representativas das empresas, nomeadamente as representadas na concertação social, os membros da direção quiseram afastar essa ideia. “A associação não é criada contra ninguém”.
As empresas que fazem parte do BRP tiveram, em 2020, receitas acumuladas de 82 mil milhões de euros, das quais 43 mil milhões resultantes de vendas ao exterior. Empregam 382 mil trabalhadores, que têm um salário duas vezes superior à média do setor privado, e realizaram 6,8 mil milhões de euros em investimentos.
Antes da apresentação, a BRP foi apresentada ao Governo e a outras entidades públicas. Cláudia Azevedo, diz que a associação irá “manter a independência do Estado, mas trabalhar com o Estado”. “O Estado é parte da solução”, acrescentou Vasco de Mello.
"A BRP irá manter a independência do Estado, mas trabalhar com o Estado.”
A Business Roundtable portuguesa inspira-se na organização norte-americana com o mesmo nome, criada na década de 70 do século XX e que conta atualmente com 223 líderes de outras tantas empresas, que empregam cerca de 20 milhões de trabalhadores e faturam mais de 9 biliões de dólares por ano. O seu propósito é contribuir para a reflexão sobre políticas de incentivo ao crescimento económico e fazer lóbi por medidas que promovam o desenvolvimento dos negócios.
(Notícia atualizada às 12h20)
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