Energias renováveis estão cada vez mais competitivas
As energias renováveis são a fonte de energia mais barata, o que torna mais fácil aos países ainda dependentes do carvão concretizar a transição de uma forma economicamente mais aliciante.
Os custos de produção de eletricidade a partir de fontes renováveis continuam a descer, tornando estas tecnologias verdes cada vez mais competitivas nos mercados de compra e venda de eletricidade. O relatório da IRENA – Agência Internacional de Energias Renováveis, (International Renewable Energy Agency, na sigla original), sobre os Custos de Geração de Energias Renováveis em 2020, divulgado esta semana, conclui isso mesmo.
Em 2020, os custos de produção de eletricidade diminuíram 16% por cento para a energia solar de concentração (CSP), 13% para a energia eólica onshore, nove por cento no caso da eólica offshore e sete por cento para a solar fotovoltaica.
O documento conclui que as energias renováveis são a fonte de energia mais barata, o que torna mais fácil aos países ainda dependentes do carvão concretizar a transição de uma forma social, ambiental e economicamente mais aliciante.
62% da capacidade renovável instalada durante o ano de 2019 implicou custos mais baixos de produção face à opção mais barata de combustíveis fósseis. As centrais termoelétricas a carvão existentes são significativamente menos competitivas face à nova capacidade renovável.
O relatório da IRENA mostra também que as novas energias renováveis batem as centrais de carvão existentes em termos de custos operacionais. Os novos projetos de centrais eletroprodutoras renováveis, que avançaram durante 2020, poderão permitir às economias emergentes poupanças até 156 mil milhões de dólares durante o seu ciclo de vida.
Manter as centrais a carvão sai mais caro do que apostar na nova capacidade renovável e, por isso, descomissionar estas centrais, como está a fazer Portugal, é uma forma de poupança, não só em termos económicos e financeiros, como ambientais.
Em termos globais, os 800 GW de capacidade instalada de centrais a carvão custam mais que os novos projetos de energia solar fotovoltaica ou energia eólica onshore adjudicados em 2021. O encerramento destas centrais pouparia 32,3 mil milhões de dólares anualmente e evitaria cerca de três giga toneladas de CO2 por ano, o correspondente a nove por cento das emissões globais de CO2 relacionadas com a energia em 2020 ou 20 por cento da redução de emissões necessária até 2030 para uma alteração climática de 1,5°C, tal como sublinha o World Energy Transitions Outlook da IRENA.
O relatório confirma a tendência de que as energias renováveis de baixo custo são o futuro do sistema elétrico e energético, já que permitirão a eletrificação em utilizações finais, nomeadamente nos edifícios e alguns meios de transporte, impulsionando mais ainda a eletrificação competitiva indireta através do hidrogénio verde. Investir nas renováveis é responder à exigência energética crescente poupando, ao mesmo tempo, nos custos, criando postos de trabalho e impulsionando o crescimento económico e a proteção ambiental.
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