44% das empresas de têxtil e vestuário só conta com recuperação em 2022
Quase metade das empresas de têxtil e vestuário só esperam regressar à "normalidade" no segundo semestre de 2022, de acordo com um inquérito da ATP. Empresas pedem extensão de medidas de apoio.
O têxtil e o vestuário foram dos setores mais penalizados com os impactos da pandemia. Quase metade das empresas (44%) considera que o setor só regressará a níveis semelhantes a pré-pandemia no segundo semestre de 2022, de acordo com o último inquérito da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP).
O presidente da associação alerta que face aos impactos provocados pela pandemia, as empresas consideram “essencial a extensão de medidas de apoio até ao final deste ano, bem como um prazo mais alargado para liquidação de moratórias e linhas de crédito“.
Com o final das moratórias, o presidente da ATP alerta que “caso não se encontrem soluções para o final das moratórias, a indústria corre o risco de assistir a insolvências“, avisa Mário Jorge Machado no Simpósio online da indústria têxtil e do vestuário, que decorreu esta terça-feira. O presidente da ATP lembra ainda que Portugal foi dos países da Europa que menos recebeu apoios, a nível económico, no âmbito da pandemia da Covid-19. “Os anos que aí vêm serão desafiantes e nem todos estarão à altura para responder”, lembra.
O ministro da Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, que marcou presença no Simpósio da ITV, realçou que o Governo sabe “que alguns segmentos da atividade económica têm de continuar a ser apoiados” e que “quando as moratórias acabarem, esse apoio poderá surgir sob a forma de financiamento às tesourarias das empresas”.
“Aquilo que queremos assegurar é que os apoios que dirigimos às empresas para o final das moratórias, naqueles setores mais afetados, tenham aprovação da Comissão Europeia”, destacou o ministro da Economia.
As empresas da indústria têxtil e vestuário continuam a reivindicar linhas de apoio ao investimento, tesouraria, suporte à capitalização e redução de impostos, maior rapidez nos apoios às empresas, diminuição da burocracia, flexibilidade na legislação laboral e apoio à formação e contratação.
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