“Pior do que não rever regras do PEC, é manter regras que não são credíveis”
Primeiro-ministro diz que "quase todos os países vão sair desta crise com um endividamento muito superior ao limite imposto pelo PEC". E que a "redução vai ser lenta".
A crise pandémica teve, e continuar a ter, impactos assimétricos nos diferentes países. António Costa, em entrevista ao Público (acesso pago), alerta para esse facto, bem como para a dificuldade que haverá para os vários países da Zona Euro reduzirem o endividamento e corrigirem os défices. Nesse sentido, defende uma revisão das regras do PEC.
“Esta crise demonstrou que foi possível derrubar vários dos tabus, a questão agora é saber se as medidas que foram adotadas para enfrentar esta crise são excecionais ou se retiramos delas a necessidade de termos instrumentos permanentes para enfrentar crises simétricas como esta ou crises assimétricas no futuro“, diz Costa. “E também para corrigir défices de investimento enormes que ainda temos”.
Deve manter-se ou não o limite da dívida? “Há hoje um novo quadro mental para este debate”, até porque “é claro para todos que temos que mudar”, diz o primeiro-ministro, salientando que mesmo no Norte da Europa há quem entenda que, “até por uma questão de credibilidade das regras, é fundamental alterá-las”. “Quase todos os países vão sair desta crise com um endividamento muito superior ao limite imposto pelo PEC. A redução vai ser lenta. Pior do que não rever as regras, é manter regras que não são credíveis porque ninguém as vai cumprir“, atira Costa.
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