Marcelo: “Tudo o que seja embaratecer a dívida mais longa é bom”

  • Lusa
  • 8 Fevereiro 2017

Portugal pagou mais para emitir dívida a cinco e sete anos. As taxas subiram em ambas as maturidades, mas o Presidente da República considera positiva a operação.

O Presidente da República manifestou-se hoje a favor da estratégia de Portugal de colocar dívida a cinco e sete anos porque “tudo o que seja embaratecer a dívida mais longa nos mercados secundários é bom”.

Portugal colocou hoje 1.180 milhões de euros em Obrigações do Tesouro (OT) a cinco e sete anos a taxas de juro superiores em ambos os prazos em relação aos anteriores leilões comparáveis, foi anunciado na página da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) na Bloomberg.

“Eu diria que sendo essa a estratégia definida — vamos ver, os mercados estão abertos — até agora tem dado resultado. É uma boa estratégia porque tudo o que seja embaratecer a dívida mais longa nos mercados secundários é bom porque naturalmente quanto mais longa for a dívida melhor para o país”, respondeu aos jornalistas Marcelo Rebelo de Sousa à entrada para um almoço com refugiados na Cozinha Popular da Mouraria, em Lisboa.

O Presidente da República começou por explicar que “além da elevação que está a haver nas emissões em toda a Europa houve uma estratégia, com algum sucesso” que foi colocar dívida a cinco anos e a sete anos que “são prazos razoavelmente longos”.

“E sobretudo a sete anos com um objetivo que é fazer baixar os juros da dívida a 10 anos. Como? Colocando logo à partida com um valor mais elevado, um preço mais elevado e emitindo menos do que se esperava. Houve uma procura que foi mais do dobro do que aquilo que foi emitido”, referiu.

De acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, “isso teve um efeito imediato” que “foi a queda dos juros a 10 anos no mercado secundário”. A taxa a dez anos estava a cair cinco pontos antes da emissão, tendência que entretanto se acentuou: cai 14 pontos para 4,1%, sendo esse também o sentido dos juros dos restantes países do euro.

“O facto de se ter emitido menos do que o mercado queria – houve muito mais sobretudo investidores estrangeiros a quererem comprar do que foi emitido – e ser emitido a um valor mais elevado teve um efeito carambola que foi baixar os juros imediatamente na sessão da dívida a 10 anos, que baixaram substancialmente”, justificou, de forma detalhada.

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