Exclusivo Montepio já controla Groundforce e vai avançar para venda da maioria do capital da empresa de handling

Um tribunal considerou "improcedente" uma providência cautelar interposta por Alfredo Casimiro para impedir o Montepio de controlar a Groundforce. Agora o banco já pode vender a companhia.

A mudança de controlo acionista na Groundforce poderá estar por dias. O Banco Montepio tinha tomado posse das ações da Groundforce nas mãos de Alfredo Casimiro através de uma execução extrajudicial por incumprimento no pagamento de uma dívida de sete milhões de euros, mas o empresário tinha apresentado uma providência cautelar para travar a decisão do banco. Contudo, o ECO sabe que o juízo central cível de Lisboa considerou a providência “improcedente” e autorizou o Montepio a concluir a execução e, assim, já poderá vender as ações da Groundforce.

No meio de uma guerra entre a TAP e a Pasogal, a empresa de Alfredo Casimiro que tem o controlo da Groundforce, a sentença do tribunal, comunicada esta segunda-feira, abre uma saída para uma clarificação acionista e para uma pacificação das relações com a TAP, agora controlado pelo Estado. Como o ECO já tinha revelado, o Banco Montepio contratou o Bison Bank para organizar um leilão das ações da Groundforce detidas pelo empresário Alfredo Casimiro que estão penhoradas. O banco de investimento já recebeu propostas não vinculativas pela participação de 50,1% e agora, com esta decisão judicial, o Montepio quer avançar em breve com a venda daquelas ações que dão o controlo da empresa de handling. E segundo outra fonte, é certo que será um operador europeu, estando a concorrência entre a Swissport e a belga Aviapartner.

O processo — número 9937/21.2T8LSB do Juízo central cível de Lisboa – juiz 7 — é uma espécie de ‘fim de linha’ na estratégia de Alfredo Casimiro para manter o controlo da Groundforce e conduzir, ele próprio, a venda da companhia de handling. O empresário tinha contratado o banco Nomura para vender as mesmas ações da Groundforce, processo que agora ficará sem efeito.

A posição detida pela Pasogal de Alfredo Casimiro está sob quatro penhoras (três no Montepio e uma no Novo Banco) e, após ter entrado em incumprimento, foi alvo de uma execução extrajudicial por parte do Banco Montepio. Foi nesse seguimento que o Bison Bank começou a auscultar potenciais interessados, enquanto a Deloitte fazia uma avaliação do valor do negócio. Este processo tornou-se ainda mais urgente depois de um fim de semana de caos no aeroporto de Lisboa na sequência da greve dos trabalhadores da Groundforce.

Este era um dos cenários preferidos pelo Governo para afastar Alfredo Casimiro e abrir a possibilidade de uma mudança de acionista (o empresário chegou a ter negociações com a Swissport, que não chegaram a bom porto), mas não era a única alternativa.

Já esta segunda-feira, a ANA – Aeroportos de Portugal decidiu avançar com a revogação de uma licença de ocupação da Groundforce, alegando que a empresa de handling deve 769,6 mil euros em taxas de ocupação, segundo um documento a que a Lusa teve acesso. Além disso, a própria ANAC está a avaliar se a Groundforce poderá manter a licença que lhe permite operar como empresa de handling nos aeroportos portugueses, e a TAP, recorde-se, tem a propriedade de todo o equipamento de operação e admite também avançar para outro caminho, que poderá passar pela criação de uma nova empresa de handling.

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