Insurtechs captam recorde de 6,2 mil milhões, 1º semestre ultrapassa 2020 inteiro
O segundo trimestre triplicou valores de um ano ano antes. 15 mega rondas, que ultrapassaram 100 milhões de dólares cada, elevaram recursos para insurtech a recorde semestral de 6,2 mil milhões euros.
O investimento global em Insurtech, vertical de disrupção tecnológica em seguros, atingiu montante recorde no primeiro semestre de 2021 (1ºS), com 7,38 mil milhões de dólares angariados (cerca de 6,2 mil milhões de euros), 270 milhões de dólares acima da captação nos 12 meses de 2020 e a representar 1 000 milhões mais face aos fundos angariados em todo ano 2019.
A curva de dinheiro captado mostra sucessão de recordes. 162 rondas de financiamento inventariadas no 2º trimestre (308 no total do 1º semestre) levantaram 4,82 mil milhões de dólares, o triplo do investimento captado em igual trimestre de 2020 e a superar o total de qualquer ano inteiro antes de 2019, indica o Quarterly InsurTech Briefing Q2 2021 (WTW).
Com mudança de comportamentos acelerada pela pandemia, as seguradoras têm de dar resposta rápida a novas necessidades, sob pena de ficarem mesmo para trás. Os recursos aplicados no movimento de inovação tecnológica nos últimos meses deveu-se sobretudo a 15 megaoperações (que captaram mais de 100 milhões cada e marcaram rondas de financiamento séries B e C), representaram dois terços do volume angariado entre abril e junho.
Nesse período, o total de rondas cresceu 57% face a um ano antes e subiu 11% face aos primeiros três meses de 2021. Entre outras, o Insurtech Briefing trimestral da WTW permite algumas conclusões:
- Os projetos focados na função distribuição representaram 55% das operações, ou 10 das 15 mega rondas identificadas no trimestre;
- 73% das operações de financiamento investiram em insurtechs dedicadas a seguros do ramo não Vida, enquanto 43 operações atraíram recursos para ecossistemas de seguros Vida e Saúde;
- Os fundos contabilizados somam investimento em insurtechs de 35 países, com estreantes localizados na Turquia, Arábia Saudita, Mali, Botswana e Roménia.
Quanto às protagonistas que mais dinheiro angariaram para expandir, o relatório da WTW identifica mega rondas, entre outras, da alemã wefox, seguradora digital que levantou 650 milhões numa das maiores serie C de sempre; a Bought by Many, uma MGA da área de seguros pet (animais de companhia), captando 350 milhões em ronda série D; e a Collective Health, com 280 milhões de dólares recolhidos em ronda série F.
No entanto, o recorde de recursos captados não significa que a história das startups apostadas no desenvolvimento tecnológico dos seguros seja feita apenas de casos de sucesso. Ainda a trabalhar num inventário das que ficaram pelo caminho, o relatório recorda que, um ano antes, mais de 180 insurtech desapareceram do radar dos investidores.
Citado no comunicado que divulga o briefing trimestral da WTW, Andrew Johnston, Global Head of InsurTech na Willis Re, avança tópicos que o médio longo prazo ajudará a esclarecer: capital de financiamento disponível pode ser maior do que a “massa cinzenta” existente; rapidez e número de admissões em bolsa (IPO) significam oportunidade e talvez alguma precipitação. Por isso, admite que existam empresas sobrevalorizadas.
Sobre seis cotadas do setor (Lemonade; Oscar; Duke Creek Technologies; Go Health; Metromile e Root), o briefing da WTW observa que, desde janeiro, os preços desceram praticamente em todos estes títulos. Isto sugere que, ao invés de os negociar como valores individuais, o mercado poderá estar a olhar para este grupo de insurtechs como um todo, um único ‘bicho’.
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