Número de funcionários públicos já supera o de 2011

Há agora 731.258 pessoas empregadas nas Administrações Públicas. Em causa está um salto de 3,7% face ao período homólogo de 2020, indica a DGAEP.

O número de funcionários públicos superou no segundo trimestre deste ano o valor registado no final de 2011, altura em que começou a atual série de emprego público. 10 anos depois e em plena crise pandémica — a qual acelerou a contratação de profissionais de saúde –, o emprego nas administrações públicas volta ao mesmo tamanho que tinha antes da crise das dívidas soberanas que levou à intervenção da troika.

A 30 de junho de 2021, o emprego no setor das administrações públicas situou-se em 731.258 postos de trabalho, superando o valor registado no início desta série, com um aumento de 3.473 postos de trabalho, correspondente a +0,5% face a 31 de dezembro de 2011“, lê-se na Síntese Estatística do Emprego Pública divulgada esta segunda-feira pela Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP). No final de 2011 havia 727.785 funcionários públicos.

O segundo trimestre de 2021 é assim um marco na evolução do número de funcionários públicos. Como mostra o gráfico da DGAEP, o emprego nas administrações públicas chegou a registar uma queda de 11%, equivalente a menos 80 mil profissionais, em 2014. Antes da pandemia, a diferença face a 2011 ainda era significativa, mas baixou rapidamente nos últimos trimestres.

Fonte: DGAEP.

“A análise dos movimentos de entradas e saídas de trabalhadores ao longo da série revela que, desde 2015, o conjunto do setor das administrações públicas tem registado um saldo líquido positivo e crescente de postos de trabalho patente nos fluxos trimestrais acumulados no final do ano”, lê-se na síntese. Tanto a administração central (Estado) como a administração regional e local já recuperaram os níveis de postos de trabalho pré-troika, ao passo que os das instituições da Segurança Social ainda não.

Este número de funcionários públicos corresponde a 7,1% da população total, a 14,2% da população ativa e a 15,2% da população empregada. A maioria são mulheres (61,2%), exceto na administração local em que a taxa de feminização é inferior à fatia de 49,8% das mulheres no total da população ativa.

Entre abril e junho, o número de trabalhadores das Administrações Públicas aumentou 3,7% (+25.774) face ao mesmo período do ano passado, fixando-se em 731.258 pessoas. Em cadeia, ou seja, em comparação com o primeiro trimestre deste ano, o emprego das administrações públicas aumentou 0,7% (+5.370 postos de trabalho). A expectativa é que este número continue a crescer uma vez que a ministra da Administração Pública comprometeu-se a continuar a contratar.

Saúde e educação explicam subida do número de funcionários públicos

Os profissionais de saúde e de educação explicam grande parte da subida do número de funcionários públicos no último ano e meio, de acordo com os dados da DGAEP.

Focando a análise no segundo trimestre, a maioria do acréscimo em termos homólogos “verificou-se essencialmente nos Estabelecimentos de Educação e Ensino Básico e Secundário (+8.407) e nas Entidades Públicas Empresariais (EPE) do SNS (+7.060)”. Seguem-se as Forças Armadas (+1.636), as Unidades Orgânicas de Ensino e Investigação (+1.320) e os Agrupamentos de Centros de Saúde (+1.291).

Fonte: DGAEP.

Na divisão por carreiras, as que mais se destacam em termos homólogos são as carreiras de assistente operacional (+5.088) nas escolas, de educadores de infância e docentes do ensino básico e secundário (+3.857), de técnico superior (+2.871), de enfermeiro (+2.726), das Forças Armadas (+1.694), de médico (+1.064) e de técnico de diagnóstico e terapêutica (+657).

Na comparação trimestral, também se destaca a saúde, mas o “aumento decorre essencialmente da integração do Hospital de Vila Franca de Xira, E.P.E. no universo das entidades das administrações públicas (+1 442 postos de trabalho), com repercussões nas carreiras da área da saúde”. O outro destaque vai para a administração interna cujo aumento é explicado pelas novas contratações a termo de vigilantes da floresta na GNR para as operações de prevenção de incêndios durante o verão.

(Notícia atualizada às 20h16 com mais informação)

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