Pandemia alertou para necessidade de gerir turismo em excesso, diz Siza Vieira

  • Lusa
  • 16 Setembro 2021

"Percebemos que este problema do excesso de turismo precisa de ser gerido", disse o ministro da Economia, dizendo que isso "pode ser facilitado pelo uso de nova tecnologia".

A pandemia mostrou que “o problema do turismo em excesso precisa de ser gerido”, disse esta quinta-feira o ministro da Economia e Transição Digital, Pedro Siza Vieira, durante uma conferência em Évora.

Numa mensagem gravada, o governante referiu que antes da pandemia havia muitas queixas acerca “do excesso de turismo e do impacto que tinha no centro das cidades, em zonas naturais protegidas”. “Pensávamos se não devíamos restringir a circulação de viajantes pelo mundo, dado o impacto que tem no nosso planeta. Agora que o turismo desapareceu, percebemos que de facto gostamos de viajar” e que “o impacto do turismo em termos económicos e de criação de empregos é uma oportunidade para o bem”, salientou.

“Percebemos que este problema do excesso de turismo precisa de ser gerido”, disse Siza Vieira, acrescentando que “a melhor gestão de recursos, usando tecnologia digital e uma maior diversificação de destinos e gestão de fluxos turísticos pode ser facilitada pelo uso de nova tecnologia”.

“Podemos claramente equilibrar a vontade de viajar e a necessidade de ter um melhor impacto económico com uma melhor gestão de recursos e a salvaguarda do nosso planeta”, adiantou o ministro. “Vamos investir em novas tecnologias e em apoiar cidades e companhias na melhor gestão de recursos e mitigar o impacto da atividade do turismo”, referiu Siza Vieira.

O ministro acredita que “o mundo tem muita vontade de viajar e que o turismo irá voltar em força”, mas alertou que não se pode “voltar só à normalidade”, é preciso “construir um futuro melhor e mais resiliente”. A intervenção do ministro realizou-se a propósito do “Évora Fórum – A World For Travel”, que decorre hoje e na sexta-feira.

Portugal deve atingir este ano 50% das receitas turísticas de 2019

A secretária de Estado do Turismo indicou hoje que Portugal deve atingir este ano metade das receitas turísticas de 2019, antes da pandemia, mas “a ambição” continua a ser os 28 mil milhões de euros em 2027. No Plano Reativar o Turismo|Construir o Futuro, apresentado pelo Governo em maio passado, está incluída “a perspetiva” de o país, este ano, “atingir 50% das receitas [que teve] em 2019”, lembrou a secretária de Estado Rita Marques.

Em declarações aos jornalistas, à margem da mesma conferência, a governante afiançou que o país já está “muito próximo” desse total de receitas do turismo. “Temos ainda incerteza pela frente, mas, tendo em conta que o verão foi um pouco melhor do que aquilo que pensámos, estamos certos de que, provavelmente, vai ser esse número, muito em linha, aliás, com os outros países europeus que também trabalham no turismo” como Portugal.

Assim, em 2021 o país deve ficar “a 50% das receitas de 2019, mantendo a ambição de, em 2027”, poder atingir “um valor bem superior, portanto, os 28 mil milhões de receitas”, meta já traçada no plano apresentado em maio, argumentou. “No que toca ao turismo, essa é a nossa ambição, em 2027 atingir aquilo que nos propusemos a atingir quando desenhamos a estratégia turismo em 2016/2017. Portanto, acho que vamos conseguir, com certeza, com a ajuda de todos”, sublinhou.

Mas, apesar de reconhecer que o Governo quer o país de volta aos “números de 2019” no setor, Rita Marques defendeu que é preciso “sobretudo um melhor turismo”. “Evidentemente que queremos as receitas turísticas”, mas acima de tudo “o que queremos é providenciar” a quem visita Portugal “uma experiência turística de qualidade, sustentável, que possa diminuir de forma muito relevante a nossa ‘pegada’ neste mundo”, assinalou.

À margem da conferência, onde a sustentabilidade do turismo é uma das temáticas em discussão, Rita Marques lembrou que “não há turismo se não houver um melhor planeta”. Embora estes sejam “tempos particularmente difíceis” para as empresas, ao nível económico-financeiro, devido à pandemia, a secretária de Estado frisou que “a missão” de Portugal “em relação à sustentabilidade do turismo” não foi abalada.

Há “uma política pública clara” nesse sentido, mas esta “só faz sentido se for correspondida” pelos atores privados e pelos turistas, o que tem acontecido: “Temos tido algumas dificuldades de natureza económico-financeiras nas nossas empresas, estamos a tentar resolver esse tema, mas também temos identificado no setor uma grande ambição para transformar o turismo”, afiançou.

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