Webinar APS: Digitalização é prioridade para impulsionar poupança para a reforma
45% dos portugueses não poupa para a reforma. Sete em cada 10 pretendem fazê-lo e a maioria prefere ter informação digital para decidir sobre produtos que assegurem rendimento na idade da reforma.
Um inquérito pan-europeu da Insurance Europe, entidade setorial que integra a associação portuguesa de seguradores, revelou situação e intenções dos cidadãos dos diversos países relativamente à necessidade de assegurar um rendimento para a idade da reforma.
Na abertura de um webinar que teve por tema “O Papel da Digitalização no Fomento da Poupança para a Reforma”, o presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS) salientou que a promoção da poupança supõe “informação fiável e personalizada”, ideia que motivou a realização do seminário, disse José Galamba de Oliveira.
De acordo com um estudo de âmbito europeu, disponível no sítio eletrónico da APS, 45% dos portugueses não poupa para a reforma, um protection gap de vida futura que coloca Portugal entre sete países da União Europeia (UE) com taxa superior à média europeia de 43% de cidadãos que não realizam aforro para o futuro. Dos restantes europeus, 28% afirma ter plano individual de poupança-reforma, 24% disseram participar em planos de poupança ocupacionais/profissionais e cerca de 15% afirmou que investe em outros produtos.
A situação em Portugal é caracterizada ainda, no designado gender gap, pelo facto de as mulheres receberem pensões de reforma 32% inferiores à dos homens. Por outro lado, em cada 10 inquiridos 62% dos portugueses que participaram no estudo afirmam que não tem rendimentos que lhes permitam poupar para a idade da reforma ou planeiam subscrever um instrumento de poupança no futuro. Um dos aspetos que diferenciam os portugueses é que 79% se mostra interessado em poupar, uma taxa superior aos 62% que afirmam a mesma intenção no conjunto da União Europeia (UE).
A coincidir com a escolha da generalidade dos cidadãos europeus, o estudo indica também que a maioria dos portugueses prefere receber informação sobre estes produtos em formato digital em vez de papel.
Ora, no seminário virtual realizado pela APS, enquadrado na Semana Mundial do Investidor, Margot Jilet Vesentini, Policy Adviser – Pensions na Insurance Europe expôs a “Proposta de um Sistema Integrado de Acompanhamento das Pensões de Reforma e a Posição da Indústria Seguradora Europeia,” que tem objetivo de “ajudar os cidadãos europeus no seu planeamento da reforma”, cabendo depois a Michael Rasch, Divison Director, EDI & PensionsInfo na Insurance and Pensions Denmark, dissertar sobre o exemplo dinamarquês de “Aplicação prática de um Sistema Integrado de Acompanhamento das Pensões de Reforma (Pension Tracking System)”.
O evento acompanhado online por centenas de inscritos permitiu concluir que o tema dos sistemas integrados de acompanhamento (tracking services) está na agenda das instituições europeias (CE e EIOPA), mas a sua generalização no espaço europeu pode levar tempo a operacionalizar, por questões políticas e logísticas.
No entanto, como testemunhou Michael Rasch, em países como a Dinamarca, onde a implementação do sistema começou há cerca de duas décadas e constitui exemplo, o sistema é reconhecido como importante ferramenta para o planeamento financeiro dos cidadãos.
O webinar promovido pela APS pode ser revisto online. O video do evento está acessível aqui
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