Marcelo diz que não vai ter em conta calendário das disputas internas à direita para marcar eleições

As disputas internas dos partidos de direita não vão influenciar a escolha da data das eleições legislativas, caso se decida mesmo dissolver a AR, assegura Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República garante que não terá em conta o calendário das disputas internas dos partidos da direita na escolha da data da eleições legislativas antecipadas, caso decida mesmo dissolver a Assembleia da República e convocar uma ida às urnas, na sequência do chumbo do Orçamento do Estado para 2022. Em declarações aos jornalistas transmitidas pela RTP 3, Marcelo Rebelo de Sousa explicou que a decisão será tomada após o Conselho de Estado marcado para esta quarta-feira, dia 3 de novembro.

“Vou ter em conta apenas, se for esse o caso, o que considero ser a data mais razoável“, explicou o Chefe de Estado, esta terça-feira, negando qualquer influência do calendário das eleições internas dos partidos da direita no agendamento da próxima ida às urnas. “A mim corresponde-me escolher a melhor solução para o esclarecimento dos portugueses e para a tomada de decisão em termos eleitorais”, atirou.

Ainda na sexta-feira, o líder do PSD, Rui Rio, disse que o momento escolhido por Marcelo Rebelo de Sousa para as eleições legislativas vai deixar claro se este quer dar ou não “uma ajuda” a Paulo Rangel, na corrida à liderança do partido laranja. Além do PSD, também o CDS-PP está atualmente a debater o futuro da sua liderança.

Aos jornalistas, o Presidente da República explicou, no entanto, que ainda está “na fase da primeira decisão“, isto é, ainda está a ponderar se irá ou não dissolver a Assembleia da República, apesar de antes do chumbo do OE2022 ter sinalizado que o faria caso esse cenário se confirmasse. Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, essa decisão será, pois, tomada após o Conselho de Estado de dia 3 de novembro. “É fundamental ouvir os vários conselheiros. Não é um mero pro forma“, garantiu o mesmo.

Caso opte pela dissolução da Assembleia da República, o Chefe de Estado deverá ponderar ao longo do dia 4 de novembro a data das eleições legislativas, falando ao país ao começo da noite para dar conta de ambas as decisões.

Questionado sobre se o seu aviso de que dissolveria a Assembleia da República em caso de chumbo do OE2022 foi ou não precipitado, Marcelo Rebelo de Sousa disse achar que não. “As palavras foram, quanto muito, uma antecipação. É o que se espera de um responsável político”, frisou o Presidente da República, assegurando que faria hoje o mesmo aviso. “Acho que fiz a opção que devia ter feito“, acrescentou.

Após o chumbo da proposta de Orçamento do Estado para 2022, Marcelo Rebelo de Sousa já recebeu os parceiros sociais, bem como os partidos com representação parlamentar. O Chefe de Estado vai ainda entrar em conta com as duas deputadas “não alinhadas” e com os partidos sem assento na Assembleia da República que pediram para serem ouvidos, de modo informal.

(Notícia atualizada às 16h45)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Marcelo diz que não vai ter em conta calendário das disputas internas à direita para marcar eleições

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião