Cremação “mais ecológica” transforma cinzas em diamantes
O serviço só funciona na região de Braga e do Porto, mas o objetivo é a cobertura total do país no próximo ano. A startup chama-se Cre.Mar e venceu prémio na Web Summit.
Promete um processo de cremação mais rápido e menos burocracia, uma forma mais ecológica de cremação e a transformação das cinzas em diamantes. A Cre.Mar venceu o prémio de startup com melhor desempenho na “Road 2 Web Summit”, anunciou Miguel Dias Martins, diretor executivo da StartUp Portugal. O prémio de 5.000 euros foi entregue pela Galp.
A Cre.Mar de Vítor Oliveira foi uma das 75 participantes do programa “Road 2 Web Summit”, que, nesta edição teve uma “participação muito diversificada, de mais de 21 regiões do país, de 26 setores de atividade e com uma participação crescente de mulheres”, destaca o responsável da Startup Portugal, referindo que este ano o número de mulheres founders no programa atingiu os 20%.
“Queremos que seja uma Road 2 Success (estrada para o sucesso) mais do que uma Road 2 Web Summit”, disse.
“A forma mais ecológica de morrer”
Nesse potencial caminho poderá estar a Cre.Mar, que foi considerada a startup com melhor desempenho no programa, tendo ganhado o prémio de 5.000 euros atribuído pela Galp.
Criada por Vítor Oliveira, depois de uma questão familiar o ter alertado para o tema, a startup pretende simplificar o processo de cremação através de uma plataforma online, prometendo a entrega da urna com cinzas em 72 horas, bem como a transformação das mesmas em diamantes.
Neste momento, o serviço de cremação da Cre.Mar só funciona na região de Braga e do Porto, mas o objetivo é assegurar a cobertura nacional no próximo ano — e, “em cinco anos”, a internacionalização da empresa através de franchising, com a criação de uma rede de lojas com técnicos de cremação.
França, Finlândia e Espanha são os mercados na mira. “Para sermos um unicórnio, temos de crescer rápido”, diz Vítor Oliveira, não adiantando o valor que seria necessário levantar para atingir esse objetivo de internacionalização. “Se tiver ronda de investimento, quero que seja em Portugal”, assume.
Mas a transformação das cinzas em diamantes já pode ser solicitada em todo o país — “a lista de espera é grande” –, estando ainda nos planos da empresa a criação de uma linha de apoio psicológico para acompanhar os familiares no processo de luto.
A startup está ainda a trabalhar para, no futuro, avançar com a cremação por hidrólise alcalina — tem a mesma emissão de um cigarro para a atmosfera — a “forma mais ecológica de morrer”, assegura o empreendedor.
Inovar onde “não se imagina”
André de Aragão Azevedo, secretário de Estado para a Transição Digital, destaca a capacidade da Cre.Mar de inovar numa área “onde à partida não se imagina que exista grande espaço para a criatividade”.
O secretário de Estado refere ainda a “evolução expressiva ao nível de maturidade das nossas startups“, não só ao nível da diversidade, dispersão geográfica — “em todo o país o empreendedorismo está a florescer” — e com maior diversidade de género — “cada vez há mais mulheres founders a liderar projetos em áreas de intensidade tecnológica”.
Ao longo de seis edições, desde 2016, o programa “Road 2 Web Summit” já apoiou cerca de 700 startups na sua participação na Web Summit.
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