Impacto da Web Summit “mais do que justifica o investimento” do Governo

Ministro da Economia assegura que o impacto económico da Web Summit é "altamente positivo" em todos os aspetos e "mais do que compensa o investimento" português.

O ministro da Economia defendeu esta quarta-feira que o impacto da presença da Web Summit em Lisboa “é altamente positivo em todos os aspetos”, apesar de um estudo promovido pelo Governo ter concluído que o impacto económico entre 2016 e 2019 terá ficado significativamente abaixo do que era estimado inicialmente.

“O impacto direto da Web Summit para a economia, em termos de empregos, receita fiscal e volume de procura é altamente positivo em todos os aspetos que se possam considerar e mais do que justifica o investimento que fazemos”, defendeu Pedro Siza Vieira, quando instado pelo ECO a comentar as referidas conclusões.

Em causa está um estudo promovido pelo Gabinete de Estudos Económicos (GEE) do Ministério da Economia, realizado por economistas da Universidade do Minho, que concluiu que, desde que a Web Summit se instalou em Lisboa em 2016, e até à última edição antes da pandemia (2019), o impacto económico para o país ficou muito abaixo do que era a estimativa inicial.

Segundo avançou o Jornal de Negócios (acesso pago) esta quarta-feira, tendo como exemplo a edição de 2019, nesse ano, perspetivava-se num dos cenários que a cimeira representaria ganhos de 124,3 milhões de euros no Valor Acrescentado Bruto (VAB), de 58,4 milhões de euros na receita fiscal e um aumento de 99,4 milhões de euros na despesa.

Em contrapartida, o estudo do GEE é menos otimista. Os investigadores estimam que o VAB tenha crescido 69,8 milhões de euros (menos 44%); o crescimento da receita fiscal foi de 29,7 milhões de euros, metade do que era esperado inicialmente; e a criação de emprego também foi inferior às expectativas (1.915), bem como as despesas associadas ao evento (86 milhões de euros).

Siza Vieira disse que o Governo conduziu uma avaliação do “impacto direto e indireto da Web Summit em 2018” e, agora, decidiu atualizar os dados com uma avaliação independente realizada pela Universidade do Minho. “Tem a vantagem de ter mais dados, uma metodologia melhorada e o apoio do Instituto Nacional de Estatística. Permite fazer outra avaliação”, explicou.

Assim, na ótica do ministro de Estado e da Economia, as conclusões do trabalho mostram que o impacto direto da Web Summit para a economia continua a ser bastante positivo e compensa o investimento português realizado na cimeira. De recordar que, os termos do contrato assinado entre a Web Summit, a Câmara Municipal de Lisboa e o Governo prevê que Portugal transfira para a empresa 11 milhões de euros por ano até 2028.

O ministro indicou também que o estudo inquiriu as startups e outros stakeholders do ecossistema acerca da realização da Web Summit em Lisboa, tendo concluído que a avaliação que fazem é “extremamente positiva”. Quanto ao impacto direto, Siza Vieira reconheceu ser mais “difícil de medir”, mas salientou existirem, também aí, um conjunto alargado de benefícios “intangíveis”.

Por fim, Siza Vieira apontou para a evidência empírica das conversas que vão sendo tidas com empreendedores e com investidores, considerando o feedback satisfatório.

Também esta quarta-feira, Paddy Cosgrave, fundador da Web Summit, foi confrontado com as conclusões do estudo, mas não quis endereçar diretamente a questão: “Acho que o relatório tem a ver com as eleições, mas não vou comentar”, atirou.

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