Cobertura pública de gastos em saúde é das mais baixas na OCDE

Em Portugal, cerca de 60% dos custos totais com saúde foram cobertos pelo Estado em 2019. Apesar de o país gastar menos do que a média, alcança uma esperança média de vida mais alta.

Portugal encontra-se no fundo da tabela dos países da OCDE no que diz respeito à cobertura pública dos gastos com saúde. Apenas 60% de todos os custos foram cobertos por sistemas públicos, enquanto a média da OCDE chega quase aos três quartos da despesa total, segundo revela o Health at a Glance 2021.

Em países como a Noruega, Luxemburgo, Suécia, Alemanha, Japão, Dinamarca e Holanda, a cobertura de gastos em saúde pelo Estado ou sistemas de seguro saúde obrigatório superou os 80% em 2019. Já em Portugal, bem como na Grécia, Letónia e Coreia, apenas cerca de 60% de todos os custos foram cobertos por esquemas públicos, segundo o relatório elaborado pela OCDE.

Da parte que efetivamente é coberta pelo Estado, a quase totalidade vem de transferências do Estado (através do Serviço Nacional de Saúde), enquanto apenas 2% provem de contribuições para seguros sociais.

O relatório analisa também a evolução dos gastos com a saúde após as crises, notando que se regista uma subida na despesa com saúde logo a seguir e depois uma estabilização. Foi o que se verificou após a crise financeira de 2008, e agora com a pandemia: “As tendências dos gastos com saúde e do PIB ao longo deste período traduziram-se num padrão distinto, com saltos significativos na proporção em 2009 e 2020, e um período de estabilidade no meio”, nota a OCDE.

Já Portugal, a par da Alemanha, registou uma transição “mais suave”, sendo que os gastos com saúde por cá são apenas 0,4 pontos percentuais mais elevados do que em 2005.

Além disso, nos anos que se seguiram à crise financeira e económica global, a percentagem dos gastos com saúde sem comparticipação aumentou em vários países europeus, onde se destaca Portugal (cinco pontos percentuais), bem como a Grécia (seis pontos percentuais) e Espanha (três pontos percentuais pontos).

Portugal faz ainda parte de um grupo de países onde se nota uma tendência fora do comum. Itália, Coreia, Portugal, Espanha, Eslovénia, Grécia e Israel são sete países que gastam menos do que a média mas alcançam uma esperança média de vida mais alta. Isto pode “indicar uma relação custo-benefício relativamente boa para os sistemas de saúde, não obstante o facto de muitos outros fatores também terem impacto nos resultados de saúde”, sublinha a OCDE.

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